É quase inacreditável

Tenho visto, todas as noites, os debates televisivos em que participa a candidata presidencial na qual eu vou votar, Maria de Belém. Hoje e amanhã folgo, pois ela não tem debates nestes dias, para depois voltar a ter nos quatro dias seguintes.

Maria de Belém é uma figura enganadora, mas não deliberadamente. Como é franzina e tem aquela voz que reforça o aspeto frágil, passa por ser, lá está, frágil. Mas, como alguém a definiu, é uma falsa frágil. Quanto lhe chega a mostarda ao nariz, mostra-se muito firme. Isso ficou bem visível no mais tenso de todos os debates, com o também socialista Henrique Neto.

Como alguém que já me esqueci disse (Churcill?), as pessoas podem ser arrumadas em quatro categorias: os amigos, os indiferentes, os inimigos, e os companheiros do mesmo partido. Bem fizeram as televisões em agendar para o fim o debate Maria de Belém/Sampaio da Nóvoa.

Todavia, todas sondagens que tenho visto mostram que vou votar numa candidatura perdedora, que ficará em 2º ou 3º lugar. E que o vencedor destas eleições será Marcelo Rebelo de Sousa.

Como é que isto será possível?

Falamos de um homem que, enquanto criança, se colocava debaixo da cama da avó e a abanava, para que a senhora pensasse que havia um terramoto. O homem do mergulho no Tejo, do Cristo que tinha de descer à Terra, e da Vichissoise que nunca existiu. Nenhuma dessas ações abona em favor do seu caráter.

Marcelo é um homem que “penetrou” na mente dos portugueses por dar opiniões em televisões, em horário nobre das audiências, e onde opinava sobre tudo. Lembro-me bem de quando o petróleo transacionava a 110 dólares por barril ele ter opinado, muito convictamente, que iria subir até aos 200. Hoje, apesar do aumento da tensão no Médio Oriente devido ao corte de relações entre a Arábia Saudita e o Irão, o barril de petróleo do tipo Brent desce para… 36 dólares.

Marcelo construiu a imagem do sapiente, e agora vamos ter de aturar as suas traquinices, que poderão ser muito sérias, na presidência da República.

Se elegermos Marcelo, como tudo parece indicar, depois não se venham queixar.