Segundo Eric van Leuven, managing partner da consultora em Portugal, “o ano de 2015 foi excecional para o mercado imobiliário, com particular ênfase no setor de investimento”. As estimativas da Cushman & Wakefield apontavam para um volume total de dois mil milhões, o que não se confirmou “pelo facto de várias operações em curso terem sido adiadas para este ano”.
A procura no setor de escritórios até ao mês de novembro ultrapassava já o volume contratado nos 12 meses do ano anterior e o setor de retalho registou também “uma retoma clara na procura, já não só limitada a localizações e ativos prime, mas abrangendo também mercados secundários”, salienta Eric van Leuven.
Para 2016, a consultora encara o ano “com renovada confiança, embora ainda de forma prudente devido à fragilidade da recuperação económica em Portugal e na Europa e às tensões geopolíticas”. No entanto, a “elevada liquidez” em muitas geografias e “a fraca oferta” de alternativas ao investimento em imobiliário “devem continuar a beneficiar o mercado imobiliário, e o português em concreto”, antevê o managing partner da consultora, salientando que este, “embora pequeno e ainda em recuperação, é também percecionado como sendo relativamente maduro e barato”.
O responsável da Cushman & Wakefield prevê ainda que a reabilitação continuará na ordem do dia, mas a nova promoção deverá também começar a surgir facilitada por um mercado ocupacional mais dinâmico, tanto em retalho como em escritórios, e por uma maior propensão ao financiamento por parte das entidades bancárias.
“Prevemos ainda um continuado decréscimo das yields, ainda que de forma mais acentuada para os produtos secundários, cujo prémio face ao produto prime deve continuar a estreitar–se”, afirma.