É isto a realpolitik: a subjugação de quaisquer interesses morais a considerações e interesses práticos. De facto, o regime angolano tem um registo deplorável em termos de respeito pelos direitos humanos. O que a votação no parlamento disse foi que, por mais condenáveis que essas práticas sejam, Angola é demasiado importante para os portugueses que por lá vivem e para as empresas que lá têm negócios, para que surja alguma coisa que belisque as relações diplomáticas entre os dois países, o que a aprovação da resolução pelo parlamento certamente faria.
A realpolitik pode acabar por dar bons resultados em termos de respeito pelos direitos humanos. Mas é um processo muito lento, que requere uma grande dose de paciência.