“Short”, neste caso, deve ser traduzido por “posição curta”, e trata-se na aposta que um determinado ativo ou mercado vão descer de preço. “The Big Short” conta a história de como um grupo pequeno de pessoas se deu conta que o mercado imobiliário norte-americano iria colapsar, apostaram nesse sentido, e ficaram multimilionários quando o colapso efetivamente se deu, provocando “A Grande Recessão” das economias de todo o mundo, da qual, em Portugal, estamos agora penosamente a sair.
Gostei muito de ler o livro, e certamente vou apreciar o filme, onde certamente alguns detalhes mais técnicos serão simplificados para melhor compreensão da maioria dos espetadores. Mas o livro, recorde-se, é baseado em histórias verídicas, de como meia-dúzia de pessoas (um deles é autista) decidiram, contra tudo e contra todos, remar contra a maré, e quando a maré mudou, enriqueceram.
Enfim, este filme é obrigatório para quem queira perceber como uma desmesurada especulação financeira provocou uma recessão económica mundial. Para aguçar o apetite, procurem o trailer no You Tube.
Acabaram os duelos televisivos
De facto, chegaram ao fim, ontem à noite, os debates televisivos no formato de duelo. Daqui até às eleições, dia 24, teremos apenas mais um debate televisivo, salvo erro no dia 19, em que participarão todos os candidatos. Adivinha-se uma salganhada pouco esclarecedora.
Que balanço fazer dos debates, e da campanha até agora? Como alguém escreveu, “em perda”, está Maria de Belém. Uma sondagem recente coloca-a solidamente no terceiro lugar, a sua campanha parece resumir-se a visitas a instituições de solidariedade social, o que é bom, mas não chega. Não marcou pontos em qualquer dos debates. Tenha muita pena, mas, a não ser com um pouco mais de energia e de empenho, ficará em terceiro. Infelizmente, os apoios que podiam chegar (ex: Guterres) não vêm. Maria de Belém tem a seu lado Manuel Alegre, Almeida Santos, Vera Jardim, João Soares, e em termos de “peso-pesados” acho que é tudo. Ainda por cima, o debate com Marcelo não lhe correu nada bem.
À medida que Maria de Belém ia perdendo força, Sampaio da Nóvoa ia ganhando. Tem atrás de si boa parte do PS (só ministros são seis), e a campanha, embora discreta, está na estrada. Os debates correram bem a Sampaio da Nóvoa: agressivo q.b. contra Marcelo, mais suave contra Maria de Belém. Tem o apoio de três ex-presidentes da República, mas duvido que isso chegue para o levar à segunda volta.
Para Marcelo, as coisas correm como previsto. Esteve bem nos debates, vai fazendo as suas arruadas com sucesso e, pesem embora as duas semanas que ainda faltam para as eleições, é bem provável que ganhe logo à primeira volta. Já me cansei de enumerar as traquinices de Marcelo; a partir de agora, vamos ver como é ter um traquinas como presidente da República.