Bowie Bonds

Abri hoje a internet para ficar chocado, como muita gente, com a notícia da morte de David Bowie. Morreu aos 69 anos, e deixou-nos uma obra impressionante: 25 álbuns.

Mas não é do aspeto artístico que eu quero falar, mas do financeiro. O professor Jorge Farinha, da Universidade do Porto, meu professor de Finanças I e de Fusões e Aquisições, e coordenador do MBA, conseguiu trazer David Bowie para as aulas de Finanças. Como? Através das “Bowie Bonds”.

“Bond” pode traduzir-se por “título de dívida”. E o que é que David Bowie fez? Vendeu, à cabeça, os direitos de autor resultantes das vendas de vários anos de música, quer no presente quer no futuro, recebendo o dinheiro por grosso. Depois, à medida que os direitos de autor da nova música se foram concretizando, Bowie foi pagando a dívida que tinha contraído no início. Note-se que o negócio não lhe saiu barato: as obrigações rendiam 7,9% ao ano, que Bowie tinha também de pagar.

Bowie criativo na música? Sem dúvida, mas também nas finanças. Que descanse em paz.