Começou hoje, em Palma de Maiorca, o julgamento da infanta espanhola Cristina de Borbón e do marido, Iñaki Urdangarin, acusados de um dos maiores escândalos de corrupção em Espanha, o caso Nóos.
O casal chegou cabisbaixo ao tribunal e não prestou qualquer declaração aos jornalistas que se encontravam no local.
A infanta Cristina enfrenta uma pena de até oito anos de prisão e o marido pode ser condenado a 19,5.
O caso envolve ainda 17 outras pessoas.
À porta do tribunal estava um enorme aparato policial, bem como algumas manifestações contra a infanta Cristina e Iñaki Urdangarin.
O processo, que irá prolongar-se durante vários meses, terá cerca de 360 testemunhas.
Recorde-se que, devido ao escândalo, o rei Filipe VI, já tinha tirado o título de duques de Palma à infanta Cristina e ao marido em junho do ano passado.
O escândalo, que causou um enorme impacto sobre a imagem da monarquia espanhola, remonta ao ano de 2011, quando o marido da infanta e antigo jogador de andebol foi acusado de fraude fiscal e desvio de dinheiros públicos a seu favor, tendo usado a sua posição na família real para obter contactos públicos através do Instituto Nóos, do qual era presidente. Nessa altura, a Infanta Cristina foi considerada cúmplice do marido ao não declarar dinheiro que terá sido desviado por Urdangarin.
A justiça considera que os contratos foram superfaturados e que o antigo jogador de andebol, em conjunto com um sócio, terá desviado 6,1 milhões de euros entre 2004 e 2007. Parte desse dinheiro terá sido transferido para uma empresa-fantasma, a Aizoon, propriedade do casal Urdangarin e infanta Cristina.