Esta segunda-feira à noite, um grupo de 150 suinicultores concentrou-se junto à base do Intermarché, em Alcanena, para protestar contra a promoção de 50% no preço da carne.
O grupo só desmobilizou já de madrugada, depois de a administração do Intermarché ter mostrado sinais de abertura para negociar. Até perceberem estes sinais, os suinicultores mostraram intenção de continuar a bloquear a saída de camiões desta base em Alcanena.
Uma reunião com a administração ficou marcada para sexta-feira.
De acordo com a imprensa nacional, a concentração ficou marcada por alguns momentos de grande tensão. Um grupo chegou a apedrejar um camião espanhol, o que obrigou a GNR a disparar para o ar.
Suinicultores falam de colapso do setor
A situação é “tão grave” que se têm repetido os mais variados ações e chamadas de atenção. “Temos protestado, mas também temos feito campanhas de sensibilização: uma delas foi oferecer carne de porco grelhada no Parque das Nações. São iniciativas que vão continuar a acontecer”, avisa Vítor Menino.
Está em causa grande parte do setor, são 40% das explorações que estão em risco de fechar. Uma situação que pode liquidar 200 mil postos de trabalho. Apesar de Portugal ser deficitário na produção de carne de porco, mesmo assim, os suinicultores portugueses têm sentido grandes dificuldades em escoar o que produzem.
Mas esta não é a única dificuldade que os suinicultores garantem estar a encontrar: há queixas quanto ao baixo preço que é pago aos produtores. No caso da carne de porco, os custos de produção ascendem a 1,50 euros por quilo e o mesmo quilo é vendido a um euro. Os produtores estão a perder dinheiro a trabalhar, o que torna a situação deste setor da economia insustentável.
Um cenário de “colapso do setor da suinicultura em Portugal” foi posto em cima da mesa, na reunião que os representantes de empresas de suinicultura tiveram com o ministro da Agricultura por causa da crise no setor. Um encontro que terminou com Capoulas Santos a reconhecer que os produtores nacionais estão a ser pagos a um preço inferior à média de referência. Para o responsável pela pasta da Agricultura é ainda claro que é importante arranjar soluções para “suavizar os prejuízos” deste setor, cuja produção direta vale 600 milhões por ano.