Sete meses depois de o responsável da ONU na República Centro-Africana ter sido despedido há agora um novo escândalo a envolver soldados da ONU.
Segundo um artigo do “Washington Post”, quatro soldados da ONU, conhecidos como Capacetes Azuis, foram acusados de terem pago uma quantia entre “50 cêntimos e três dólares” para terem sexo com meninas de 13 anos.
Ainda segundo o mesmo artigo, os capacetes azuis acusados são do Gabão, França, Marrocos e Burundi.
As crianças são exploradas por um grupo no campo de refugiados M’Poko que, segundo o secretário-geral adjunto das Nações Unidas, Anthony Banbury, é “um lugar onde acontecem coisas horríveis e inaceitáveis a mulheres e crianças”. “Estes abusos põem em causa tudo aquilo que nós [ONU] representamos”, disse ainda.
Esta não é a primeira vez que soldados da ONU estão envolvidos neste tipo de crimes em vários países do continente africano. A violação de mulheres e crianças tem sido muito comum, visto que as vítimas se encontram vulneráveis e a fugir dos conflitos que arrasam os países em que se encontram.
Organizações de defesa dos direitos humanos, como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, têm vários relatórios, onde está explicito que os soldados se sentem acima da lei pelo cargo que assumem e que por isso, nunca serão julgados.
Entre 2008 e 2014 os alegados casos de exploração e abuso sexual cometidos por membros da ONU caíram de 83 para 51. Contudo, organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, bem como a própria ONU, garantem que os números não são oficiais, uma vez que há muitos casos que não são reportados.
Ban Ki Moon implementou uma política de “tolerância zero” para este tipo de comportamentos, dado os vários casos de acusação de abusos e exploração sexuais por membros da ONU nos últimos 14 meses.