O julgamento do caso Noos, que teve início na manhã de segunda-feira, durou 12 horas. Apesar de não ter havido conclusões, foram várias as tentativas para que fossem retiradas as acusações que recaem sobre a infanta Cristina.
Durante a audiência de ontem, a defesa da irmã do rei de Espanha, Filipe VI, alegou que a acusação da infanta não deveria ser válida, uma vez que apenas existe uma acusação popular contra Cristina, levada a cabo pela associação Manos Limpias.
Contudo, a infanta Cristina foi também defendida pelo Estado espanhol durante o julgamento.
O Ministério Público e a Abogacía del Estado (os advogados do Estado) espanhóis apresentaram, através do procurador, Pedro Horrach, um relatório para reforçar a tese de que a infanta Cristina não deve ser acusada, não tendo portanto cometido os crimes fiscais pelos quais foi indiciada.
O procurador alegou ainda que “julgar a infanta é uma discriminação ilegítima”.
Tantos os advogados de Cristina como o Estado espanhol pediram durante a audiência que fosse usada a favor da infanta a “doutrina Botín”, que prevê que um acusado não pode ser julgado por crime fiscal se apenas houver contra ele acusações populares, não havendo também acusação por parte do Ministério Público ou de partes diretamente afetadas.
A associação Manos Limpias pede uma condenação a oito anos de prisão, alegando que a infanta teve uma “cooperação ativa” no caso.
A defesa de Cristina calcula em 347 712 euros a alegada participação lucrativa da infanta no caso Noos, caso ela venha a ser acusada, valor inferior ao que é alegado pela acusação popular.
A próxima audiência está agendada para dia 9 de fevereiro, altura em que se espera saber o futuro da infanta Cristina neste caso de corrupção.