A causa da queda de hoje tem a ver com o fim das sanções impostas ao Irão devido ao seu programa de armamento nuclear. Levantadas as sanções, o Irão pode produzir e vender mais petróleo, o que faz baixar os preços.
Mas esta tendência, prolongada e acentuada, do preço do petróleo, tem uma razão de fundo: sobreprodução dos maiores produtores, como a Arábia Saudita. Inundando o mercado de petróleo os sauditas tentam encerrar, por não serem rentáveis, os postos de abastecimento de gás e de petróleo xistoso (shale gas and oil).
E, segundo um analista contactado pelo Financial Times: “Globalmente, isto parece ser uma estagnação secular. O uso do petróleo parece estar a cair, quer nos Estados Unidos quer no resto do mundo”. Isto é bom para Portugal, que importa petróleo, logo quanto mais barato melhor, e mau para os portugueses emigrados em Angola, um país quase totalmente dependente da exportação de petróleo.
E, em Portugal, porque é que os preços não descem tanto? Lembro-me bem que em 2003/2004 pagava-se menos de um euro por um litro de gasolina 95; ontem, passei por um posto de abastecimento onde se pagava 1,33 euros por litro. A diferença está na taxa de câmbio euro/dólar: com o euro mais fraco hoje do que em 2003, são precisos mais euros para comprar petróleo, que é cotado em dólares. E, possivelmente, os impostos também aumentaram.