Dois portugueses morreram no ataque terrorista a um hotel e um café na capital do Burquina Faso, Ouagadougou, no sábado.
A informação foi avançada na tarde de ontem pelo ministro da Administração Interna do país, Simon Compaore, citado pela France-Presse. A imprensa francesa confirmava que um dos mortos tinha nacionalidade portuguesa.
“Confirmamos a morte dos nossos colaboradores Arnaud Cazier, Eddie Touati, de nacionalidade francesa, e de António de Oliveira Basto, de nacionalidade portuguesa, que participavam numa missão no Burquina Faso em nome da nossa empresa”. A citação é de um comunicado da empresa de transportes Scales, com sede a 30 km de Paris, feita pelo “Nouvel Observateur”.
Além destes homens o ministro confirmou a morte uma família ucraniana composta por dois adultos e uma criança – os donos do café Cappuccino – de quatro canadianos, dois suíços e um holandês. Mas há dúvidas sobre a veracidade desta lista.
Uma procuradora do país deu outra informação, mais consentânea com dados avançados pelos países de onde eram naturais alguns dos mortos. Nesta, apenas há o registo de um português, mas seis canadianos (tal como afirmou o primeiro-ministro Pierre Trudeau) ou um americano (cuja morte já confirmada pela sua sogra à Associated press).
Aparentemente certo é haver 14 ou 15 estrangeiros entre as vítimas dos atentados nos populares hotel Splendid e café Capuccino, reivindicados pela Al-Qaeda do Magrebe.
Numa descrição feita ao Le Monde, um dos feridos dizia que os quatro terroristas “eram crianças. Tive a impressão que os seus tiros os faziam recuar e que as armas pareciam demasiado pesadas para eles”.
A AP avança que chegaram num veículo com matrícula do Níger, que pelo menos dois eram mulheres e que um era de origem africana. Acrescenta que falavam francês (o país é uma antiga colónia francesa) com sotaque árabe.
Segundo relatos, os homens (ou rapazes) vinham com a missão de matar tantas pessoas quanto pudesses, num local onde se concentravam cidadãos de várias nacionalidades, tal como nos recentes atentados de Paris, Istambul ou Jacarta.
O ataque começou na sexta-feira à noite, quando dispararam sobre o café, incendiaram carros para os fazer explodir e invadiram o hotel – passando por uma impotente segurança.
No hotel mantiveram reféns durante um cerco de 12 horas, até terem sido mortos pelas forças de segurança.