O que não significa, porém, que foi uma campanha desprovida de conteúdo político – ao invés, a política esteve omnipresente na campanha eleitoral presidencial.
2.Em que termos? Primeiro, porque há uma ruptura clara entre um candidato que apresenta uma mensagem de moderação, de compromisso, de estabilidade e de vontade de construir um Portugal melhor, através de consensos de regime duradouros (que é Marcelo Rebelo de Sousa); e um candidato da área da frente de esquerda mais extremista, apoiado discretamente pelo Partido Comunista e pelo extremo-PS de António Costa, para além de expressamente pelo MRPP e pelo Livre (Sampaio da Nóvoa). O candidato moderado manteve sempre -do primeiro ao último minuto da campanha – um registo de apelo à pacificação entre os portugueses politicamente divididos em dois blocos e socialmente cada vez mais afastados (entre muito ricos e muito pobres; entre um país jovem e um país velho, frequentemente ignorado).
3.Já o candidato da extrema-esquerda optou por uma estratégia de inventar incoerências do seu opositor (vide a questão do rendimento mínimo: os assessores da máquina de SNAP Nóvoa, que aqui vêm comentar os nossos textos ao modo da política do “tempo velho”, acharam bizarro a invocação dos tempos em que Correia de Campos era o destruidor oficial do Serviço Nacional de Saúde na opinião dos socialistas – mas já recomendam a SNAP que utilize frases de terceiros para…atacar Marcelo!), de assassinar o seu carácter, de trazer à baila permanentemente o argumento da luta anti-fascista como principal (ou único?) ponto do seu discurso político.
4.Há muita impreparação em Sampaio da Nóvoa. Há muita dependência de Sampaio da Nóvoa face a terceiros (marketeiros, uma máquina enorme e poderosa alimentada pelo PS de António Costa, negociação de apoios, como sucedeu com Ana Gomes…) e aos partidos que o apoiam. Se SNAP SNAPou na tarefa de se impor como candidato independente, como poderão os portugueses acreditar que triunfará como Presidente imparcial e conciliador? Não dá para acreditar. Esta é a fragilidade mais significativa da candidatura de Nóvoa.
5.Em segundo lugar, os dois candidatos que, nas sondagens surgem com intenções de voto mais elevadas, apresentaram duas mensagens políticas claras: Marcelo Rebelo de Sousa quer ser o Presidente de todos os portugueses; Sampaio da Nóvoa quer ser um Presidente apagado, comprometido, preso à maioria política que o apoiou – o MRPP, o PCP e o PS, limitado à facção de António Costa.
5.1. Sintetizando: Marcelo será um Presidente descomprometido com os partidos, mas comprometido com o interesse superior dos portugueses – SNAP (Sampaio da Nóvoa) será um Presidente comprometido com os partidos políticos da extrema-esquerda, mas descomprometido com o interesse superior dos portugueses. Na nossa história política – como sucedeu na história de povos de outras latitudes -, a eleição de um Presidente de facção, de um grupo de uma franja do sistema político-partidário, acabou sempre em tragédia. Esta é a razão cimeira, pela qual os portugueses, no próximo domingo, irão optar por concentrar o seu voto em Marcelo Rebelo de Sousa – e rejeitar experimentalismos, devaneios extremistas, instabilidades de percurso e de pensamento político, como as reveladas por SNAP (Sampaio da Nóvoa).
6.Por outro lado, uma outra circunstância nos conduz à vitória de Marcelo Rebelo de Sousa à primeira volta: os portugueses não vão querer dar à extrema-esquerda e ao extremo-PS o poder absoluto. Com efeito, hoje temos um Governo que não governa ao centro, que despreza o espaço político moderado – que resolveu colar-se à esquerda que muito pouco mudou desde o colapso da União Soviética. Na Presidência da Assembleia da República, temos Eduardo Ferro Rodrigues, membro da ala esquerda, e não moderada, do PS. Temos uma maioria de juízes de esquerda no Tribunal Constitucional.
7.Como se não bastasse, na Presidência da Câmara Municipal de Lisboa, temos um Presidente socialista, delfim de António Costa, com ar de moderado – mas pensamento de extremista” à la Sá Fernandes”. Perante este cenário de deslocação do espaço político para a extrema-esquerda, será que os portugueses estariam dispostos a, ainda, atribuir o papel de moderador do sistema político a uma pessoa que foi membro da Liga de Unidade da Acção Revolucionária (a LUAR); que merece toda a simpatia do PCTP/MRPP; que o PCP idolatra, sem nunca o revelar expressamente (mas ao alcance da mais elementar análise política); que, ainda no ano passado, era a estrela dos comícios do Livre/Tempo de Avançar (o grupo de dissidentes do Bloco de Esquerda, hoje ainda mais radicais que o próprio Bloco), atacando a figura histórica do PS, que foi Mariano Gago; que teve a companhia, em Guimarães, numa das acções de campanha SNAP de um antigo deputado municipal do MRPP.
8.Alguém que é, enfim, o homem que inspirou – e é inspirado por, num sinalagma político-emotivo muito curioso – António Costa a relativizar a maioria absoluta nas legislativas e a coligar-se com o PCP. Efectivamente, SNAP é o Santo António Sampaio da Nóvoa, o padroeiro do casamento de Lisboa – casamento entre o PS e o PCP. Ora, este Governo já assumiu a pose de “quero, posso e mando”, atacando os direitos dos investidores estrangeiros (e nacionais), prometendo aumentar ainda mais a carga fiscal, cedendo às reivindicações da CGTP na área dos transportes, obrigando os contribuintes a esbanjar dinheiro na empresa mais deficitária da Europa, levando à suspensão de investimentos em Portugal (por falta de confiança política), o que significa a destruição de postos de trabalho para muitos portugueses – então, nosso caro leitor, pense no que este Governo de extrema-esquerda com o extremo-PS faria caso ainda controlasse o Presidente da República.
8.1. A estratégia de António Costa – e , por isso, vemos o Conselho de Ministros praticamente todo nas SNAPadas por esse país fora – é conseguir o poder absoluto, o que lhe permitirá pôr e dispor a seu belo gosto. Que lhe permitirá consolidar o seu poder, dar mais força ao PCP para evitar a perda do apoio parlamentar – sem se preocupar com o Presidente da República.
9.Pela primeira vez na história constitucional portuguesa, teríamos um Presidente da República nas mãos do Governo (do tal “tempo novo”, que ninguém sabe o que é: é ter os comunistas no Governo?) – e não um Governo nas mãos (quer dizer: responsável perante) do Presidente da República. A eleição de SNAP (Sampaio da Nóvoa) significaria uma subversão constitucional. E confessemos: depois do golpe de António Costa (ao não respeitar a vontade da maioria dos portugueses nas legislativas, o que, embora já seja passado, é um dado da nossa história política que não podemos ignorar), só nos faltava mais um golpe político-constitucional engendrado por António Costa e seus amigos extremistas… SNAP é, hoje, o acrónimo para Sampaio da Nóvoa, António Protector. O protector político de António Costa – se o Governo já parece revelar sinais de falta de moderação, imagine-se só o que seria sem uma válvula de escape do jogo político na Presidência da República…
10. Por conseguinte, todo o espaço político-moderado (incluindo o PS sensato, que não se revê na aventura extremista e perigosa de SNAP, nem na candidatura pífia de Maria de Belém, já condenada ao fracasso humilhante) irá votar, no próximo domingo, em Marcelo Rebelo de Sousa. Os portugueses sabem que as consequências de dar o poder absoluto à esquerda não moderada seriam trágicas. Nós, os seus filhos, os seus netos iríamos pagar bem caro a factura. Seria uma aventura com uma muito pesada factura.
10.1. Por outro lado, os eleitores da direita irão, sem qualquer dúvida, mobilizar-se no domingo para votar em Marcelo Rebelo de Sousa: eles sabem que ou é Marcelo; ou é o caos. Sabem que é preciso derrotar SNAP (Sampaio da Nóvoa) – o candidato da extrema-esquerda, do extremo-PS…e de Pacheco Pereira. A bem de Portugal. A bem de todos os portugueses – os presentes e os futuros.
11. Por último, como todas as sondagens, desde Outubro, atribuem a vitória a Marcelo Rebelo de Sousa na primeira volta, os portugueses irão mobilizar-se para resolver a questão presidencial já no próximo domingo. Porquê? Primeiro, porque os portugueses estão exauridos, após eleições legislativas, discussão sobre a formação do Governo, hesitações do Presidente Cavaco Silva, negociações da extrema-esquerda com António Costa, mais campanha presidencial. Os portugueses, agora, já só querem ter um Governo que trabalhe, uma oposição que trabalhe – e um Presidente da República que trabalhe. A sério. Em segundo lugar, haverá – mais do que abstenção por convicção de vitória – votação por convicção de vitória: os portugueses sabem que Marcelo ganha à primeira ou à segunda volta – logo, mais vale encerrarmos o assunto já no domingo.
12.Julgamos que os portugueses estão a ser deveras sensatos na abordagem às eleições presidenciais. Perante um país a sair da crise, com um Governo que é um OPNI (Objecto Político Não Identificado), impõe-se dar uma maioria sólida e incontestável para dar força política a Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos afectos. Passos Coelho pediu, em Outubro, uma maioria boa: pois, Portugal, hoje, pede uma maioria “boazona” para Marcelo Rebelo de Sousa.
13. A História espera por todos nós, portugueses, no domingo. Não faltemos à sua chamada.