Depois da tempestade, a bonança. A semana tinha sido agitada nos mercados, mas a reunião de ontem do Banco Central Europeu (BCE) acalmou a turbulência financeira.
A tendência de ganhos nas bolsas europeias, nomeadamente na portuguesa, deu-se depois da conferência de imprensa de Mario Draghi, que indicou a possibilidade de a autoridade monetária avançar em março com o reforçço das medidas de estímulo monetário que o BCE está a concretizar – como o programa de compras de dívida pública.
«Será necessário rever e possivelmente reconsiderar a nossa posição da política monetária no início de Março, quando as novas projecções macroeconómicas do ‘staff’ forem disponibilizadas, e que cobrirão também 2018”, afirmou ontem o presidente do BCE.
Em Portugal, a bolsa portuguesa reagiu positivamente às declarações do presidente do Banco Central Europeu. O PSI 20 registou ontem a melhor sessão dos últimos três meses e o BCP a melhor dos últimos dois anos. Apenas a Altri e a Semapa registaram perdas abaixo de 1%.
O Stoxx600, índice acionista de referência, também reagiu de forma positiva ao discurso de Mario Draghi, que ontem fez saber que o BCE pode aprofundar as políticas de compra da dívida pública já no mês de março.
O setor energético, que tem sido dos mais afetados do ano, acompanhou ontem os fortes ganhos do petróleo. O crude ‘brent’, do Mar do Norte, valorizou para 28,9 dólares o barril e o WTI, referência nos Estados Unidos da América, para os 29,31 dólares.
Antes do anúncio do BCE, as bolsas mundiais estiveram em forte queda, influenciadas pelos preços do petróleo. A generalidade das praças europeias foi fortemente penalizada pelas ações do setor energético, devido à queda da cotação do petróleo.
O petróleo tem vindo a estabelecer mínimos históricos nos mercados internacionais, com os investidores a temerem que a atividade das empresas do setor energético seja afetada.
Vários fatores têm estado na origem desta queda generalizada: o excesso de oferta de petróleo, a desaceleração económica da China, um dos maiores importadores e, mais recentemente, o fim das sanções económicas ao Irão.