A pergunta de Merkel tem toda a pertinência. Mais: o acolhimento de refugiados traz algumas vantagens para o país de acolhimento, como uma ajuda no problema demográfico. Em 2014, e segundo o INE, a população portuguesa manteve a sua trajetória descendente: houve mais 22.000 óbitos do que nascimentos. Segundo o Pordata, o Índice Sintético de Fecundidade, isto é, o número de filhos que cada mulher tem em idade fértil, é de 1,25. Para manter o número total de uma população, esse índice deve ser de 2,1 (o 0,1 é porque há mulheres que morrem sem ter tido os 2 filhos necessários para manter a população).
Para além disso, saíram do país mais 30.000 emigrantes que entraram.
Somos hoje 10.300.000 habitantes em Portugal. Estes, como todos os dados anteriormente citados, são de 2014. A manter-se a atual tendência, em 2050 seremos apenas 8.500.000 residentes.
Vêm como os refugiados podem ajudar a resolver o nosso sério problema demográfico? Eles são maioritariamente novos, que querem constituir família, ou famílias já constituídas. Têm vontade de trabalhar. E, segundo o “Expresso”, a integração dos primeiros refugiados que chegaram a Portugal está a correr bem. Eis como se pode ser generoso e lucrar com essa generosidade.