FC Porto procura em Barcelos um bilhete para o Jamor

22 de maio de 2011. Dia de festa no Jamor, em tons de azul e branco nas bancadas e com sotaque do Norte em pleno relvado. Sentado na sua cadeira de sonho, André Villas Boas por seis vezes abraçou Vítor Pereira (na altura adjunto) nos festejos dos golos de James Rodríguez (3), Silvestre Varela (1),…

Um dia de festa rija na capital que ficou esquecido no calendário. É que tudo mudou desde então: Villas-Boas hoje treina o Zenit, na companhia de Hulk, Vítor Pereira é técnico principal do Fenerbahce e James joga ao lado de Ronaldo no Real Madrid. O pior foi para o clube. Nos últimos 4 anos, a prova rainha do futebol português não voltou a contar na final com a presença dos dragões.

No caminho para o Estádio Cidade de Barcelos, esta quarta-feira, o técnico José Peseiro lê o artigo do i e faz contas à vida. O objetivo é contrariar a tendência dos últimos anos na Taça, mas o desafio perfila-se proporcional à diferença de estatuto para o adversário. Até porque os últimos dois confrontos com equipas de um escalão inferior terminaram em derrota (1-0 com o Famalicão e 2-0 com o Feirense). Mas isso é passado (será?).

Joga-se o primeiro embate das meias-finais e o Gil Vicente puxa dos galões: já eliminou Tondela (2-1) e Nacional (1-0) e ainda não perdeu em casa esta época. 39 anos depois, o 5.º classificado da II Liga chega a esta fase perante a ameaça de uma equipa amedrontada pelos próprios fantasmas: apenas 3 vitórias nos últimos sete jogos longe do Dragão.

Mais do que revitalizar o cenário dos duelos fora de portas, a equipa de Peseiro tem ainda interesse em arrumar já a eliminatória, uma vez que a segunda mão da Taça (1, 2 ou 3 de Março) está marcada para uma altura de campeonato em que os dragões regressam do Restelo (28 fevereiro) e preparam a ida à Pedreira (6 de março).

O Braga só entra em campo amanhã, na outra meia-final, e tem pela frente o maior adversário das últimas duas semanas. Depois da vitória caseira para o campeonato (5-1) a 24 de janeiro e do nulo três dias depois em Vila do Conde para a Taça da Liga, conseguirão os guerreiros do Minho voltar a remar contra a maré do Rio Ave?