Foi nesses computadores que Bárcenas anotava a chamada contabilidade B do partido dirigido por Mariano Rajoy – onde estavam todas as quantias dadas ilicitamente por empresários e que serviam para cobrir as despesas do partido e pagar partes de salários, não declaradas publicamente, aos dirigentes do PP, inclusive ao chefe do governo, Mariano Rajoy. Estas práticas e esta contabilidade secreta são conhecidas desde o início de 2013 e foram posteriormente confessadas pelo próprio Bárcenas em julho desse ano.
Durante essas duas horas de interrogatório, Luis Bárcenas confirmou a destruição dos discos duros dos computadores, mas não quis responsabilizar Rajoy pelo sucedido, dado que os computadores eram seus. Antes de comparecer perante o tribunal, afirmou aos jornalistas que “não está contra o PP nem contra Rajoy” e garantiu à juíza instrutora, Rosa María Freire, que os discos duros continham “informação delicada” que se referia a vários aspetos do financiamento ilegal do Partido Popular.
Também defendeu perante a justiça estar convencido de que a ordem para a destruição do material informático, contendo informação que esclarecia as práticas ilegais do PP, terá partido da secretária-geral do partido, María Dolores de Cospedal. E implicou nesses atos criminosos e na destruição dos discos duros dos computadores também o assessor jurídico do partido, Alberto Durán, e a atual tesoureira, Carmen Navarro.
Fontes do partido, citadas pelo site El Español, reagiram às declarações do seu ex-dirigente garantindo que Bárcenas “pode dizer o que lhe parece que continham os discos duros dos computadores, mas não consegue provar nada sobre isso, é só a sua palavra”.
Estas diligências são feitas para apurar quem mandou destruir os discos duros dos computadores do então tesoureiro do PP e se havia intenção de encobrir práticas criminosas no financiamento dos populares.