Teixeira chega à equipa de Jiangsu, província da costa leste da China, proveniente do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Este negócio acontece dois dias depois de o Guangzhou Evergrande, o atual campeão chinês treinado por Luiz Felipe Scolari, ter batido o então recorde de transferências com a contratação ao Atlético de Madrid do colombiano Jackson Martinez, ex-avançado do FC Porto, por 42 milhões de euros. O brasileiro Ramires custou 33 milhões para deixar o Chelsea e até Freddy Montero, avançado do Sporting, seguiu também para o país asiático no mês passado, assinando pelo Tianjin Teda por 5 milhões de euros.
A entrada no futebol de grandes grupos chineses, privados e estatais – no setor do imobiliário, portuário, investimento, eletricidade, construção, automóvel, comércio, financeiro, seguros, indústria ou ecológico – acontece depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter assumido a importância da modalidade para a realização do “sonho chinês” – e utilizar o futebol como ferramenta de posicionamento governamental. A expressão, popularizada desde que Xi chegou ao poder em março de 2013, refere-se à revitalização da nação chinesa, que nos últimos 30 anos passou de um país pobre e isolado à segunda maior economia mundial.
Em 2014, a China anunciou um “plano de reforma global do futebol”, modalidade tão admirada pelo líder chinês e tão praticada quando era miúdo, que determina, entre outras medidas, a inclusão da modalidade como componente obrigatória da disciplina de Educação Física em 50 mil escolas primárias e secundárias. E a criação de 20 mil escolas só para a prática do futebol que podem produzir aproximadamente 100 mil novos futebolistas.
A II Liga chinesa também não fica esquecida deste sonho. O Tianjin Quanjian, treinado por Vanderley Luxemburgo, terminou agora a pré-temporada no Brasil sem conseguir sequer um empate nos cinco jogos-treino. Mas é o dinheiro que faz este clube da League One, a segunda divisão da China, ser conhecido. Gastou mais de 40 milhões em jogadores e fez com que esta Liga só ficasse atrás nos gastos da Premier League, a Superliga chinesa e a Série A italiana – mas à frente da Liga espanhola, alemã e francesa.
Há um ano, o Tianjin ficou a 24 pontos da subida. Agora quer ganhar a Superliga daqui a dois anos. Dinheiro já existe, é suficiente?