O sérvio venceu no passado domingo o seu sexto Open da Austrália, mas o seu sucesso teve um ponto de viragem precisamente há seis anos, pois a sua prestação em campo era definida por quebras constantes de energia.
A partir daí, e passado um ano, ao lado de uma alimentação sem açúcar e glúten, e de uma rotina rígida – treinos, meditação e descanso – Novak ascendeu ao primeiro lugar. O processo está também no seu livro, o Serve to Win (2013), que dá um plano mental e físico de 14 dias sem glúten.
Abaixo, deixamos alguns do conselhos e a leitura que este médico, que até já recebeu Diego Maradona, faz da nossa alimentação atual. Mas não se esqueça, é sempre melhor ir ao nutricionista.
Adeus glúten
Djokovic e Cetojevic conheceram-se em 2010 e tudo começou com o teste do pão, em que o médico sérvio pediu ao tenista para encostar uma fatia de pão ao estômago. Novak sentiu-se muito mais fraco.As suspeitas confirmaram-se, o jogador sofria de doença celíaca – alergia ao glúten – e a partir daí, Igor sugeriu que largasse todos os alimentos que incluíssem essa proteína. Esta foi uma das «chaves do sucesso» para o número 1. «Mas não foi só, pedi-lhe que abençoasse a comida, sem distrações, e depois mostrei-lhe técnicas de relaxamento e respiração», disse
Auto-controlo
12 meses depois, Novak já era líder do ranking ATP._Mas para além de uma dieta rigorosa, foi preciso criar uma rotina que pudesse dar «maturidade e auto-controlo sobre ele mesmo»._Porquê? Porque os pais do sérvio estavam ainda muito envolvidos na sua carreira, segundo_Igor, e estava na hora de «transitar da adolescência para a vida adulta». Boas horas de sono, meditação e descanso representavam (e representam) o cocktail diário de um tenista muito rigoroso com aquilo que come.
Dieta básica
Claro que cada indivíduo é diferente, mas Cetojevic deixou algumas linhas básicas da dieta tipo para qualquer atleta. Começar o dia com um pequeno almoço que inclua fruta, «particularmente bagas, ou então um smoothy com proteína de arroz integral, pólen de abelha ou spiroullina [micro-alga rica em proteínas]»._Depois seguem-se refeições leves, com peixe ou galinha grelhada, com arroz e vegetais. Claro que será preciso evitar álcool ou bebidas como sumo processado. E nunca esquecer a «água, a temperatura normal, porque é a melhor bebida».
Sem exagero
Sim é uma boa ideia reduzir a quantidade de glúten que consumimos. «No entanto, a menos que a pessoa sofra de doença celíaca, não é necessário eliminar essa proteína da dieta». Mesmo que se livre desse tipo de comida, há sempre outros alimentos processados que contém, por exemplo, corantes e conservantes, que continuam a ser negativos para a saúde. «Comer alimentos naturalmente sem de glúten, como arroz ou quinoa, é sempre uma escolha melhor» alega Igor._Por isso já sabe, uma mudança drástica nem sempre é a melhor solução para si.
Comida morta
Não fique chocado. «Muita da comida que ingerimos hoje em dia está morta». E o que quer dizer isto? Simples. Para que os vários alimentos se mantenham frescos no supermercado têm de conter químicos, algo que «o nosso corpo não consegue lidar facilmente, e podem até ser tóxicos com o passar do tempo». Porquê?_Porque o nosso corpo evoluiu para usar os nutrientes com uma dieta simples. E apesar de ainda «não sabermos quais os efeitos dos alimentos geneticamente modificados, sabemos que eles são uma experiência perigosa» afirma Cetojevic.
Ir à terra
Apesar da contestação à dieta sem glúten por parte de alguns cientistas,_Igor alega que a melhor forma de comer é mesmo «procurar alimentos frescos, locais, e da época». Pode ser mais demorado, e com a rotina e o stress diário do trabalho quase que não existe paciência, mas com «alguma prática e planeamento pode fazer a sua própria fast-food». E isso resume-se a preparar grandes porções de um determinado prato com alimentos frescos e depois separá-los por porções individuais. Quem o diz é o homem que já tratou, para além de tenistas e basquetebolistas, o lendário_Diego_Maradona.