Crash na dívida portuguesa

Escrevi ontem um texto a alertar que as taxas de juro da dívida portuguesa a 10 anos tinham subido desde 1,5%, em março, para 3,71%. Mas hoje é o descalabro total, com as taxas a subirem, ao meio-dia, aos 4,52%.

Não encontro uma razão plausível para este crash, exceto que hoje está a ser um dia negro nos mercados, com particular incidência nas ações dos bancos, e uns acabam por contagiar os outros. No Japão, o índice desceu 2,31%. Na Europa, às 12:20 Paris perdia 3,59%, Londres 2,19%, Frankfurt 2,48%, Lisboa 4,04%. As bolsas norte-americanas só abrem às 14:30, mas os futuros do índice S&P 500 perdiam 1,8%. Talvez quedas mais pequenas nos Estados Unidos, ou mesmo subidas, venham amenizar as quedas na Europa.

Note-se que está a ser um dia mau nos mercados de ações, mas não um dia negro. Negro é as taxas de dívida pública subirem aos 4,5%. Se até ontem podíamos financiarmo-nos nos mercados e com esse dinheiro amortizar a dívida ao FMI, poupando com isso em juros, hoje esse hipotético negócio já não compensa. Se as taxas de juro não voltarem a descer vamos pagar mais juros, pondo em perigo a execução do orçamento.