É que o empate em casa dos bianconeri deixa tudo para resolver na segunda mão dos oitavos de final. E o espectador agradece. Este primeiro jogo foi frenético, suado e fisicamente esgotante. De um lado a equipa de Massimiliano Allegri, na frente do campeonato italiano, e que só no fim-de-semana passado é que quebrou a série de 15 vitórias consecutivas. Do outro, o super plantel de Pep Guardiola, o emblema responsável pelas únicas duas derrotas da Juve em sua casa nos últimos 45 jogos europeus – em 2012/2013 e em 2009/2010.
Mas só na segunda parte é que quem gosta de espectáculo – colectivo, claro – em campo é que poderia desejar conseguir um bilhete para o próximo confronto em Munique. O Bayern dominou por completo e assustou logo aos 6’. Tanto tentou que em 12 minutos fez dois golos: o primeiro de Muller aos 43’ (esquecendo o falhanço incrível minutos antes), e o segundo aos 55’ por Robben. O facto do líder confortável da Bundesliga não ter perdido nas últimas quatro deslocações a Itália parecia querer estragar a festa aos italianos. A Juventus encostada cá atrás à baliza de Buffon pouco ou nada fez, e foi preciso recuar até aos balneários para se recompor.
O treinador da Juventus tinha dito que esta “era uma final antecipada com muitos golos” na antevisão da partida. E foi mesmo (e ainda bem). Nos seguintes 45 minutos, com a entrada de Morata e Sturaro, e um Pogba a levar os colegas às cavalitas, a Vecchia Signora rejuvenesceu, pressionou os bávaros e igualou a partida: aos 63’ com a estreia a marcar de Dybala na competição (22 anos apenas), e Sturaro treze minutos depois (76’). Foi correr, correr e correr e inverter o sentido de jogo desorientando um Bayern habituado a controlar tudo. Guardiola afirmou no lançamento do jogo que “não vencer a prova não seria um fracasso”. Pois não, mas seria bom repetir a dose de intensidade na “segunda jornada” dos oitavos da Liga dos Campeões. Os jogadores comeram a relva e nós dizemos: e ainda bem.