José Peseiro mexeu muito na equipa no primeiro jogo na Alemanha e a derrota (2-0) saiu pesada. Hoje, tentou subir a uma montanha impossível e acabou cá em baixo com novo desaire (0-1). Segue o Borussia com Tuchel, esse treinador de amuos (comparado com o expansivo Klopp), rumo aos oitavos-de-final, queda-se o treinador que anda cada vez mais a viver da vitória na Luz sobre o Benfica para o campeonato.
A missão era difícil, ponto. Perder o primeiro jogo por 2-0 e ter de dar a volta à eliminatória não era tarefa fácil – e a estatística mostrava esses números frios antes da partida, só uma em nove equipas superou uma desvantagem de dois golos. Mesmo assim havia José Peseiro. Conseguiu um feito parecido na sua passagem pelo Sporting, em 2005: depois da derrota em St. James Park 1-0, o Newcastle ainda fez o 0-1 em Alvalade, mas os leões responderam com uma goleada 4-1. Era isto que os portistas esperavam.
Só que em vez disto, o árbitro não viu três jogadores vestidos de amarelo em fora-de-jogo e, um desses, depois de Casillas ter feito uma excelente defesa ao remate de Mkhitaryan, meteu a bola lá dentro – foi Aubameyang, que marcou o seu quinto golo na prova em 6 jogos. Tudo o que Peseiro já tinha visto naquele ano de 2005, mas o 2-0 em Dortmund pesava mais e o Borussia é bem mais consistente.
O golo dos alemães foi tão esquisito que a UEFA atribuiu-o a Casillas – defendeu, houve um ressalto, a bateu bateu na trave e só entrou depois do encosto do guarda-redes espanhol. Uma confusão que foi a confusão do Porto.
Foi demais. Nem o apelo ao outro lado da estatística podia aquecer o dragão. As chamas, essas, vinham, minutos antes de o jogo começar, da bancada onde estavam os adeptos alemães que mostraram um espetáculo de pirotecnia (pegaram fogo à bancada) que a UEFA vai torcer o nariz…
Com o Porto manietado, o que pedir mais? Uma espécie de queixa como lesados de Peseiro. O treinador somou a quarta derrota em nove jogos, desde que no dia 24 de Janeiro se sentou no banco no Dragão (venceu o Marítimo, Estoril, Gil Vicente, Benfica e Moreirense), mas saiu derrotado com o Feirense, Arouca e Borussia. Com os alemães foram duas seguidas.
Foi uma espécie de febre amarela que passou pelo Porto. Quente nas bancadas e frio no relvado. O Porto ia detendo os contra-ataques dos alemães como podia, o Borussia até meteu a bola na baliza mais duas vezes, mas ambas anuladas (a última mal anulada). Com a derrota assumida, Peseiro começou a gerir o cansaço, as pernas e a cabeça dos jogadores.
Caiu a noite e o Porto saiu da missão difícil sabendo da pior maneira como era impossível.