Amianto

Nos anos em que vivi em Bruxelas, aquela máquina gigantesca que é a Comissão Europeia encontrava-se dispersa por vários edifícios no interior da cidade.

A razão: o edifício-sede, o Berlaymont, (aquele edifício em forma de estrela) fora encerrado em 1991 para obras de remodelação porque se chegou à conclusão que o edifício tinha uma dose excessiva de amianto, um material que, respirado continuamente, pode provocar sérias doenças respiratórias, sobretudo entre os fumadores. De facto, que eu saiba, todos os fumadores que trabalhavam no antigo Berlaymont morreram prematuramente.

Hoje, o Berlaymont foi renovado e cumpre as suas funções. O cuidado com as construções, esse, não é igual em toda a parte. Li no Diário de Notícias online que, dos 41 funcionários da segurança social de Vila Franca de Xira, 18 (44%) sofrem de cancro.

Isto é um número alarmante, pelo que o edifício devia ser imediatamente encerrado e os respetivos serviços transferidos para outras instalações, isto enquanto o Instituto Ricardo Jorge faz o que está a fazer, isto é, testar a qualidade do ar do edifício. E não me espantaria que o ar que ali se respira contenha doses elevadas de amianto.