Brexit: brincar com o fogo

No passado dia 20 de fevereiro, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou um referendo para 23 de junho sobre se o Reino Unido deve ou não continuar na União Europeia. À opção de saída dá-se o nome de Brexit, contração de British com Exit.

Sou dos que pensa que a saída do Reino Unido será um desastre para ambas as partes. A Europa preciosa dos britânicos, do seu pensamento lateral, do seu bom-senso, e dos seus fortes laços com os Estados Unidos. Mas o pior não será para os 27 países que restarão na União, o pior será para o Reino Unido. Perderão automaticamente um mercado importantíssimo para as suas exportações, diversas multinacionais sairão de Inglaterra para se irem instalar fora do Reino Unido, e a praça financeira de Londres, atualmente a maior da Europa, pode mudar-se em massa para Frankfurt. Londres deixará de ser a “capital da Europa”.

A concretizar-se, o Brexit será um desastre para o Reino Unido, que nem as piadas do carismático mayor de Londres, o conservador Boris Johnson, conseguirão mitigar. Johnson quer um dia ser primeiro-ministro, só não sei se terá escolhido o melhor caminho. Todavia, não é o único. David Cameron viu cinco dos seus próprios ministros, e contra a sua opinião, apoiarem o Brexit.

No referendo escocês sobre a independência, o bom-senso prevaleceu e ganhou o Não à separação do Reino Unido. Espero que a 23 de junho o bom-senso também prevaleça e que a União Europeia não se desfaça em dois.