“Sou completamente alheio […] à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no setor privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado”, adianta num comunicado oficial feito hoje.
O governante angolano esclarece ainda que “os relatos apresentados por diversos órgãos de comunicação a [seu] respeito, para além de não corresponderem à verdade, atentam gravemente contra o [seu] bom nome, a [sua] honra, imagem e reputação.”
Mesmo a origem dos pagamentos de 300 mil euros, que a investigação defende ter sido uma empresa ligada à Sonangol – a Primagest – é contestada por Manuel Vicente: “uma sociedade com a qual eu não tinha nenhuma espécie de relação, e que não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol”.
No documento, o governante salienta também que o processo em que estava a ser investigado e acabou arquivado era “uma simples averiguação de origem de fundos relativos à compra de um imóvel”, assegurando: “Confiei a minha representação a um advogado, o qual apresentou comprovação cabal da origem lícita dos fundos, com o que o processo não poderia deixar de ter sido arquivado — comprovação essa que, se necessário, poderá ser renovada”.
Manuel Vicente termina o comunicado dizendo estar disponível para colaborar e afirmando que os danos à sua imagem e honra terão de ser reparados.
“O envolvimento do meu nome na investigação ora em curso, não tem, pois, qualquer fundamento; não obstante, estou totalmente disponível para o esclarecimento dos factos na parte em que me dizem respeito, de modo a pôr termo a qualquer tipo de suspeições, e, com certeza, tudo farei para que sejam devidamente reparados os graves danos causados à minha pessoa”, refere.
O procurador Orlando Figueira está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeitas da prática dos crimes de corrupção passiva na forma agravada, branqueamento e falsidade informática.