Lista de 22 mil jidahistas vai ajudar a combater o EI

Afirmando-se desiludido com o rumo que leva o Estado Islâmico, um seu antigo combatente entregou um documento com o nome de milhares de jidahistas à britânica Sky News. Também esta semana, os alemães NDR, WDR e Süddeutsche Zeitung (TV, rádio e jornal) publicaram informação semelhante fornecida por uma fonte de um destes meios – ainda…

O documento da Sky tem cerca de 22 mil nomes, de 51 nacionalidades, no que se pensa ser o resultado de uma espécie de controlo fronteiriço, do final de 2013 ou do princípio de 2014, onde foi feito um registo dos apoiantes do EI que atravessaram a fronteira para a Síria a partir da Turquia.

Da lista consta a resposta dos jihadistas a 23 questões. Algumas poderiam constar de uma banal entrevista de trabalho, como o nome, dados relativos ao nascimento, a morada, grau académico ou número de telefone. Outras são mais específicas da tarefa cruel que os voluntários se propunham realizar: o tipo de sangue, o nome de guerra, o recrutador, os elementos que os treinaram, países por onde circulou ou a experiência de combate. Tinham ainda que esclarecer se admitiam ser bombistas suicidas. Uma quantidade brutal de informação, “cerca de 500 mil entradas”, que terá de ser tratada por computador.

Já os meios de comunicação alemães fizeram uma investigação na Síria e no norte do Iraque. “Nesta pesquisa aprendeu-se muito sobre a situação do EI, onde a corrupção se tornou aparentemente um grande problema, tão grande que atualmente podemos encontrar vídeos e documentários do califado em toda a região. Algum do material foi apreendido por milícias curdas, outro foi roubado por apoiantes do EI. Alguns esperam poder ganhar muito dinheiro com esta divulgação”, escreveu o Süddeutsche Zeitung, que frisa não ter pago pela informação recebida.

O ministro alemão do Interior diz que há é “uma grande probabilidade” de a lista ser autêntica. Thomas de Maizière considera que permitirá “investigações mais rápidas” e “penas de prisão mais severas” para os combatentes que regressam da Síria e do Iraque. No Reino Unido também se crê que a lista é verdadeira, embora a ministra do Interior, Theresa May, não tenha comentado o assunto.

Em Portugal, a Unidade Nacional Contra Terrorismo da Polícia Judiciária também está a analisar a documentação. Constança Urbano de Sousa, ministra da Administração Interna, admitiu ao Diário de Notícias, a possibilidade de serem encontrados nomes portugueses, nomeadamente “lusodescendentes”.