Os Estados Unidos acusaram ontem o grupo terrorista Estado Islâmico de cometer genocídio contra yazidis, cristãos e muçulmanos xiitas.
Segundo o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, o grupo terrorista “Daesh é genocida por autoproclamação, por ideologia e por ação, no que afirma, no que acredita e no que faz”, acrescentando ainda que o grupo foi responsável por crimes contra a humanidade e limpeza étnica em áreas controladas pelo grupo na Síria e no Iraque.
“Nomear esses crimes é importante, mas o que é essencial é impedi-los”, disse ainda Kerry.
O secretário de Estado norte- -americano prometeu ainda que os Estados Unidos vão “apoiar firmemente” os esforços para recolher provas das atrocidades do Estado Islâmico e fazer com que os responsável pelos atos desumanos “prestem contas”.
“O facto é que o Daesh mata os cristãos porque são cristãos, mata os yazidis porque são yazidis e mata os xiitas porque são xiitas”, disse ainda. “Esta é a mensagem que transmitem às crianças que estão sob o seu controlo. Toda a sua visão do mundo é baseada em eliminar aqueles que não subscrevem a sua ideologia perversa”, disse ainda Kerry. “O nosso principal objetivo é derrotar o extremismo violento de uma vez por todas, para que essas minorias possam retornar às suas casas”, finalizou.
Os Estados Unidos combatem o Estado Islâmico desde 2014.
As declarações de John Kerry surgiram na mesma semana em que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos votou – com 383 votos a favor e zero contra – classificar as atrocidades contra cristãos, yazidis e outras minorias étnicas e religiosas como genocídio.
A resolução da Câmara dos Representantes avança que os cristãos e outras minorias étnicas e religiosas “foram assassinados, subjugados, obrigados a emigrar e sofreram danos corporais e psicológicos graves, incluindo abusos sexuais” – abusos esses que foram “infligidos de forma deliberada e calculada, em violação das leis das respetivas nações que proíbem crimes contra a humanidade”.
A última vez que os Estados Unidos declaram genocídio foi em 2004, quando o então secretário de Estado Colin Powell disse que as milhares de mortes e a destruição em Darfur, no Sudão, foram genocídio.
Segundo a Convenção das Nações Unidas, o genocídio é considerado o crime mais grave contra a humanidade. A convenção define genocídio como “atos cometidos com a intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo étnico, racial, religioso ou de determinada nacionalidade”.