“Bruxelas está o caos. Estamos parados no meio do trânsito, muitas estradas estão cortadas”, contou Wanda ao SOL. “Logo a seguir ao ataque na estação de metro de Maelbeek, as ruas ficaram desertas. Passado umas horas, as pessoas começaram a sair à rua e a dirigirem-se para as suas casas”.
De acordo com esta mulher de 37 anos – que vive em Bruxelas há 9 -, está a formar-se uma onda de solidariedade na capital belga.
“Muitas pessoas foram para o local de trabalho de transportes públicos. Como estes não estão a funcionar, muitos não têm como voltar para casa. Está a formar-se uma onda de solidariedade para ajudar estas pessoas – muitos estão a oferecer boleia para que não tenham de fazer o percurso até casa a pé”, explica Wanda.
Logo a seguir aos atentados de 13 de novembro, em Paris, Bruxelas reforçou a segurança nas ruas e nas grandes superfícies. Com o tempo, o alerta foi diminuindo e as pessoas foram progressivamente regressando à normalidade. “Parecia que já se tinham esquecido do que se tinha passado. As coisas começaram a acalmar”, afirma.
Mesmo assim, todos sabiam que algo poderia acontecer. “Ontem fui ao cinema e comecei a observar as pessoas que me rodeavam e as saídas mais próximas”, confessa.
Wanda não vai trabalhar amanhã. O Parlamento Europeu vai permanecer fechado. Mas, aos poucos e poucos, os belgas tencionam voltar à normalidade: “As escolas vão abrir amanhã e as pessoas vão começar a fazer a vida normal”, afirma Wanda.
Se tem vontade de regressar a Portugal? “Confesso que não. Até porque ninguém me garante que uma coisa destas não possa acontecer aí”.