“O chão tremeu nos meus pés”

Várias explosões sacudiram a capital belga na manhã desta terça-feira. Com a capital belga em estado de sítio, com as pessoas a serem recomendadas a não se movimentar pela cidade, vão sendo recolhidos os primeiros testemunhos de sobreviventes dos ataques.

Infografia de Óscar Rocha

"Estava a trabalhar quando escutei a primeira explosão”, disse ao La Libre um trabalhador de limpeza do aeroporto de Bruxelas, onde por volta das 7h45 (menos uma hora em Lisboa) se verificaram as primeiras explosões do dia. “O solo tremeu nos meus pés, só se via sangue”, acrescentou Adamo.

No meio do caos houve ainda quem pensasse tratar-se de um simulacro, como o britânico Owen Li, que se preparava para regressar a Londres: “Estava a tomar o pequeno-almoço e de repente começou tudo a correr. As pessoas não sabiam o que fazer, pensaram que era um simulacro. Alguns ficaram no restaurante até que aos poucos foram percebendo que era real”.

Já o taxista local Zaventem criticou no La Libre a ausência de autoridades “em estado de alerta máximo”. “Uma organização muito ao estilo belga”, desabafa o motorista ao recordar as imagens de “muito sangue, corpos desmembrados”.  

No edifício da Comissão Europeia são vários os testemunhos sobre a explosão que se deu junto à estação de metro de Maelbeek. O comissário português Carlos Moedas afirmou À TSF ter sido capaz de “ver o fumo a sair da estação de metro”, que dista a “cerca de 200/250 metros desse local”.

No New York Times, a funcionária da CE Hen Stuten contou que se sentiu “o edifício a tremer”. “Vimos através das janelas as pessoas a correr” vindas da estação de metro.

“Havia pessoas que cinco minutos antes estavam naquele local do metro”, conta a funcionária sobre um clima “muito emocional” que se vive nas instalações europeias.