O ano passado por exemplo, aos 31 anos, voltou à pista «Ninho de Pássaro» onde foi feliz no continente asiático e arrebatou a marca de 17,52 metros nos campeonatos do mundo de atletismo em Pequim, conseguindo a medalha de bronze, e superando tudo o que havia feito depois de regressar à competição. E agora, com um quarto lugar nosMundiais dosEstados Unidos da América no fim de semana passado – em que ficou em quarto lugar – quer mais e melhor. « Mais uma vez, nestes Jogos do Rio de Janeiro ambiciono o ouro» disse ao SOL. É tempo de voar alto outra vez.
Criticas ao Mundial
Apesar de afirmar que o 4.º lugar foi «um resultado normal» pelo trabalho que fez até então, esta não é uma posição que o satisfaça, já que ficou a 20 centímetros do bronze – saltou 16,89, a sua melhor marca nesta prova. Mas não é só isso que deixa NélsonÉvora insatisfeito, mas também a própria organização da prova, que este ano ficou marcada pelas inovações — finais directas nos concursos – que serviu para testar como é que os atletas e o público reagiriam a um formato novo. «O facto dos concursos não terem uma fase de qualificação tira aquilo a que chamamos de Campeonato, passando a ser mais uma prova ao estilo dos meetings», começa por explicar o triplista português. E como tal, isso acabou por favorecer os atletas americanos, mesmo que estes não tenham chegado à final. «Critiquei algumas situações noCampeonato do Mundo, especificamente o caso de dois atletas americanos terem feito falsa partida e voltarem a ser readmitidos na prova com um cartão verde, como se o erro tivesse sido técnico e não um erro do atleta. Penso que este campeonato foi feito para os atletas da casa», critica. No entanto não acredita que este modelo faça parte das Olimpíadas noBrasil este verão.
Quanto aos Jogos doRio de Janeiro este ano, e apesar de tanta polémica à volta da organização do evento no Brasil, com o vírus Zika e o atraso na construção das infra-estruturas por um lado, e a provável não ida da Rússia, não retira o foco a Nélson Évora, mesmo que as lesões possam estar sempre à porta. «Um atleta que não arrisca não é atleta. No meu caso, arrisco todos os dias, ao sujeitar-me a lesões graves pelo trabalho que desenvolvemos diariamente. Ambiciono sempre o melhor lugar no pódio». E é esta dose de risco que quer levar para o outro lado do Atlântico, e voltar a colocar Portugal em festa.