Embora tenha atribuído a delicada situação do banco ao facto de ser um banco “péssimo” e com deficiências na gestão, o também ex-gestor do Banif nomeado pelo Estado admitiu que houve desenvolvimentos que não esperam esperados quando o banco recebeu ajudas públicas no início de 2013.
Por um lado, houve uma descida das taxas de juro, que consumiu a rentabilidade do banco. Por outro, a melhoria da economia que se esperava na altura não se verificou. É por último não se conseguiram fazer as alienações de participadas que estavam programadas.“ Neste momento ainda não se venderam os bancos no Brasil que se dizia que tinham de ser vendidos no primeiro semestres de 2013”, afirmou.
Mas o processo “correu tão mal no fim” porque a Direção Geral da Concorrência (DG COM) e o BCE “estiveram empenhados em não ter responsabilidade no Banif depois de 2015”, devido à entrada em vigor das novas regras de resolução bancária à escala europeia.
A partir de determinada altura, a DG COM insiste que a resolução do banco tem de ocorrer até ao final de 2015, e por outro lado há indisponibilidade do BCE, e isso teve a consequência de restringir a alienação do Banif. O resultado foi desastroso para os contribuintes portugueses“, explicou, acrescentando mais tarde: ”Nem o BCE nem a DG Com queriam que o Banif sobrevivesse além de 2015".