Graça Morais: ‘Nunca conheci quem tivesse a lata de dizer mal da minha pintura na cara. Mas dizem nas costas’

Numa entrevista intimista, a artista explica o seu método de trabalho e desfia memórias da infância, recordando o dia em que viu um homem com as tripas de fora ou como gostava de ouvir o som dos cascos dos cavalos. 

Nascida em Trás-os-Montes em 1948, a casa onde cresceu não tinha eletricidade mas tinha sempre a porta aberta. «Ao lado da cozinha havia uma espécie de varanda onde os obreiros comiam e eu adorava estar ao pé deles. Havia um homem que comia o caldo e chamava-me para ver. O caldo estava cheio de moscas e ele engolia o caldo com as moscas e eu achava imensa graça a imaginar as moscas a irem pela goela abaixo. Havia uma alegria muito inocente. Depois tinha uma tia que era uma pessoa muito forte e nós metíamo-nos todos na cama com ela porque ela contava-nos muitas histórias, muitas lengalengas, aprendi as primeiras orações com ela. Ainda hoje tenho essa cama. Havia um lado mágico. Mas também havia muitos medos: medo das bruxas, dos lobisomens, isso tudo também faz parte do meu imaginário».

Leia a entrevista completa na edição do SOL deste sábado