Aguiar-Branco fala com estatuto e com proriedade, até porque anunciou que é candidato à Assembleia Municipal de Guimarães nas eleições para o poder local. “No PSD quem quer ser barão vai a votos. Aliás, só é barão quem vai a votos. Por muito que apareçam na televisão, devo dizer, em linguagem militar, que não se passa de praça a general sem antes mostrar o seu valor. E os autarcas são generais do partido”, afirmou, num intervenção que teve destinatários bem definidos à partida, já que Pedro Duarte e José Eduardo Martins chegaram a este conclave com rostos da critica à estratégia de Passos Coelho para o partido.
"Sigam as ancestrais tradições. Gostem ou não do presidente. Têm de ir a votos. Como nos casamentos, ou vão a votos ou calem-se para sempre. Isto sim é ser social-democrata", acrescentou o dirigente social-democrata.
O dirigente avisou ainda que as autárquicas não são ganhas em 15 dias. Aguiar-Branco defendeu que o partido deve começar a trabalhar já nas autárquicas, o que passa também pela escolha de nomes. E aí puxou pelos quadros do partido. “Nuno Morais Sarmento, Teresa Leal Coelho, Maria Luís Albuquerque, Luís Montenegro, Teresa Morais, Paula Teixeira da Cruz, José Matos Correia. Podem e devem ser candidatos”, desafiou o ex-ministro.
Aguiar-Branco lembrou a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa quando, em 1997, “exigiu que todos fossem a votos”, para criticar o facto de nas últimas autárquicas só dois dos cinco vice-presidentes do partido terem ido a votos: Carlos Carreiras e Pedro Pinto. E insistiu no desafio aos quadros do PSD. “Em 1997, Santana Lopes, o mais terrível dos enfants teribles, fez-se autarca contrariado na Figueira da Foz. E que grande autarca acabou por ser. José Luís Arnault foi candidato em Mértola. O resultado não foi espetacular. Mas não foi por isso que lhe caíram os parentes na lama. O candidato na Amadora era Passos Coelho. E o presidente do partido era o atual Presidente da República. Dada esta especial convergência, esta estratégia só pode ser boa”.