Bacelar Gouveia não quer Cristas (nem CDS) a liderar coligação em Lisboa

   

Jorge Bacelar Gouveia defendeu hoje que o PSD deve apresentar um candidato próprio à Câmara de Lisboa. E mesmo que PSD e CDS se entendam para uma candidatura na capital, devem ser os sociais-democratas liderar essa coligação. No arranque do período da tarde do congresso, que decorre este fim de semana em Espinho, o constitucionalista subiu ao palco para deixar um rotundo não a Cristas.

“Ouvi dizer que em Lisboa se prepara uma coligação entre PSD e CDS, para uma lista candidata encabeçada pela líder do CDS”, começou por notar Bacelar Gouveia. “Como lisboeta e como social-democrata, não gostaria de votar numa lista em que a cabeça de lista fosse a líder do CDS. Isso significaria que tínhamos alienado a nossa capacidade autárquica”, sublinhou. “Que partido seria este se não tivesse um candidato à capital do país? Espero que seja apenas um rumo”, acescentou.

As autárquicas estão em cima da mesa do congresso social-democrata. Pedro Passos Coelho assumiu que o partido deve empenhar-se para conquistar o maior número de autarquias e recuperar a liderança (simbólica) da Associação Nacional de Municípios. Mas nada disse sobre a estratégia laranja para Lisboa ou para o Porto, as maiores autarquias do país. Até porque a comissão autárquica, que vai definir a estratégia para as eleições para o poder local do próximo ano, só começará a trabalhar a partir de segunda-feira, no pós-congresso.

A pressão é grande para a direção de Passos, que tem nas autárquicas o seu primeiro teste eleitoral, ao que tudo indica. Mas, por ora, ninguém quer fazer destas eleições um ultimato ao líder do PSD, reconduzido com 95% dos votos: ou venc e e reforça a liderança ou perde e abre-se oficialmente a corrida à sucessão.