Contactado pelo SOL, Raúl Almeida confirma a demissão e diz que regressa agora à sua condição de militante sem responsabilidades na direção. “Não fazia sentido ter um primeiro vice-presidente que não é tido para nada. Além disso, recuso estar numa estrutura que faz o contrário de tudo aquilo que eu penso e ainda ter que assinar por baixo”, explica.
As críticas do ex-líder da distrital de Aveiro a Jorge Pato (atual líder) há muito que são conhecidas e a rutura foi consumada por altura das legislativas de Outubro. Raúl Almeida critica o facto de o CDS ser a única bancada parlamentar que não tem deputados de Aveiro eleitos para a Assembleia da República. Isto porque João Almeida e António Carlos Monteiro, os dois únicos deputados eleitos por aquele círculo eleitoral, são de Lisboa. “São duas pessoas de Lisboa a representar Aveiro”, sublinha.
O ex-dirigente acusa, por isso, a atual direção de estar a tirar “peso e força” à distrital, na medida em que se limita a estar ao “serviço da direção” nacional dos centristas. “A estrutura de Aveiro serve para encher salas e abanar bandeirolas”, lamenta.
Raúl Almeida cumpriu três mandatos no Parlamento (entre 1999 e 2015), para os quais foi sempre eleito por Aveiro. Em 2005 foi eleito líder da distrital de Aveiro do CDS, tendo sido depois reconduzido para mais dois mandatos.