Futebol: Quatro campeões também eles improváveis

Contra todas as previsões, teorias ou estatísticas, o Leicester está a caminho de um título inesperado no futebol inglês. Um caso que apesar de ser surpreendente não é inédito nas principais Ligas europeias. O SOL apresenta quatro equipas que podem servir de motivação à epopeia dos foxes.

Boavista 2000/01


 

Xeque-mate dos axadrezados na hegemonia dos três grandes. 55 anos depois da vitória do Belenenses, o Boavista intromete-se na ditadura de Benfica, FC Porto e Sporting e sagra-se pela primeira vez campeão nacional. Nessa época, o Sporting até tinha os galões de vencedor do ano anterior, mas à semelhança de um FC Porto órfão de Jardel e um Benfica em crise, acabou surpreendido pelo Boavistão de Jaime Pacheco. Nem o sonante reforço João Vieira Pinto valeu aos leões. Martelinho, Silva, Petit, Ricardo, Frechaut, Litos, Rui Bento, Sanchez e Pedro Emanuel foram alguns dos heróis do Bessa.

Deportivo da Corunha 1999/00

Parecia impossível à partida, mas um pequeno clube da Galiza conseguiu sentar-se à mesa dos grandes do futebol espanhol. Pelo caminho ficaram os crónicos candidatos ao título Real Madrid e Barcelona. Com a braçadeira de treinador no braço do emblemático Javier Irureta, Djalminha, Pauleta, Roy Maakay, Walter Pandiani, Tristán e Flávio Conceição (as estrelas do Deportivo) conquistaram 69 pontos (21 vitórias, 6 empates e 11 derrotas) em 38 jornadas da Liga espanhola. Um registo que bateu toda a concorrência e valeu o único título de campeão no historial da equipa do Riazor.

Hellas Verona 1984/85

Maradona cumpria o seu primeiro ano com a camisola do Nápoles, assim como Rummenigge no Inter de Milão, e Platini já ia na terceira época ao serviço da Juventus quando o Hellas Verona deixou Itália em choque ao vencer o Scudetto. Isto numa altura em que a Liga italiana era a mais forte da Europa. Mérito do técnico Oswaldo Bagnoli, que levou a sua equipa à conquista do primeiro lugar com o melhor registo de vitórias (15 em 30 jogos) e golos sofridos (19). Com jogadores como Garella, Luciano Marangon, Briegel, Di Gennaro e Elkjaer, este ficou conhecido como o «Milagre de Verona».

Blackburn Rovers 1994/95

Ao fim de 41 jogos, apenas o líder Blackburn e o Manchester United chegaram à última ronda com hipóteses de se sagrarem campeões. E se a liderança iria estar em jogo no duelo em Liverpool, já os red devils, com dois pontos a menos, iam ficar à espreita em casa do West Ham. Alan Shearer, a «máquina de golos do Rovers», até abriu o marcador, mas a os reds conseguiram a reviravolta (2-1). Um deslize que o United não conseguiu aproveitar (1-1). «Jack Walker (dono dos Rovers), de quem veio um investimento de 60 milhões de libras, chorou quando o capitão Tim Sherwood levantou o troféu», relata o ‘Daily Mirror’.