Retrospetiva integral da obra de Verhoeven, a primeira a fazer-se em Portugal, significa mesmo Robocop para ver no IndieLisboa. Isso e outros filmes de culto do realizador que nos anos 80 trocou o seu país pela indústria norte-americana, como Turks Fruit (1973) ou Showgirls (1995). Toda a sua obra exceto Elle, que marca o seu reencontro com Isabelle Huppert e que estreia em maio, em Cannes. A retrospetiva dedicada a Macaigne revisita os filmes com os mais relevantes papéis do ator – que, notam os programadores Miguel Valverde e Nuno Sena, mais do que de Depardieu, será um sucessor de Jean-Pierre Léaud.
Na secção Silvestre, os holofotes estão voltados para Jean-Gabriel Périot, cuja obra articula “política e intimidade de forma singular, através de um rigoroso trabalho de arqueologia visual com uma forte dimensão experimental”. Na competição internacional, destaque para Mate-me Por Favor, da brasileira Anita Rocha da Silveira; Flotel Europa, do sérvio Vladimir Tomic; Jia/The Family, um filme de cinco horas que retrata a vida de uma família da classe média chinesa, de Shumin Liu; e, no ano em que Portugal teve a sua maior representação de sempre em Berlim, a curta Balada de Um Batráquio, da jovem realizadora portuguesa Leonor Teles, vencedora do Urso de Ouro das curtas nesse festival.
Haverá ainda oportunidade para ver os sucessos Love, de Gaspar Noé, The Lobster, de Yorgos Lanthimos, e The Witch, de Robert Eggers, na maratona Boca do Inferno. No IndieMusic, secção de documentários e filmes-concerto, destaque para o documentário de Caroline Richards sobre os Parkinsons, A Long Way to Nowhere, seguido de um concerto da banda punk de Coimbra na Taberna das Almas (IndiebyNight), e ainda para Janis: Little Girl Blue, de Amy Berg, Miss Sharon Jones, de Barbara Kopple, The Sad & Beautiful World of Sparklehorse, de Bobby Dass e Alex Crowton, e Jaco, de Stephen Kijak e Paul Marchand.