A rainha Isabel ii de Inglaterra fez ontem 90 anos. A idade é motivo mais do que suficiente para festejos, ainda mais quando se trata da rainha de Inglaterra.
E uma idade que tem tanto de bonito pode ter o mesmo de preocupante. Por isso há uma enorme preocupação sobre quem sucederá a Isabel ii.
A rainha não mostra intenções de abdicar e várias sondagens sugerem que o público não está preparado para que o seu filho, o príncipe Carlos, lhe suceda. E pelos vistos, nem a própria rainha. A informação carece de confirmação, mas alguns tabloides internacionais garantem que a rainha Isabel ii pretende que seja o neto William a suceder-lhe.
Caso a informação se confirme, William já está preparado para a sucessão. Pelo menos foi o que deu a entender esta quarta-feira numa entrevista à BBC, em que garantiu estar preparado para assumir os compromissos reais e incentivar uma monarquia mais moderna. “Quando a rainha decidir que irá atribuir mais responsabilidades, serei a primeira pessoa a aceitá-las”, acrescentou. Quando questionado sobre a sua ascensão ao trono, William apenas respondeu que não pensa muito nisso. “Isso significa que alguém na minha família morreu e eu não quero isso”, disse.
Não à monarquia “O aniversário da rainha lembra-nos que o apoio à monarquia está associado ao apoio à rainha. Numa monarquia hereditária, a idade da rainha torna-se um assunto político. Muito antes de a rainha morrer, o país precisa de debater o que vai acontecer a seguir”, explicou o líder do movimento republicano britânico, Graham Smith. Para Smith e para tantos outros republicanos britânicos, a monarquia não faz muito sentido e seria necessário então criar um referendo para saber a opinião de todos os britânicos. E foi por isso que na quarta-feira, véspera do aniversário da rainha, fez o anúncio. “Portanto, após o funeral [da rainha] e antes da coroação [do seu sucessor], temos tempo para fazermos uma campanha e perguntarmos: ‘Espere um instante, estamos no século xxi. Se vamos ter um novo chefe de Estado, então talvez queiramos ter um referendo”, disse Smith. “Imagine como abolir a monarquia iria abrir todos os armários empoeirados constitucionais para a luz do sol da reforma. Vamos deixá-la reinar enquanto for viva, mas deixemo-la ser Isabel, a última”, acrescentou.
O problema para os republicanos é que, segundo uma sondagem recente da Ipsos-Mori para o King’s College de Londres, os britânicos pretendem que a monarquia continue: 76%. O número de apoiantes é até o maior desde 1981.
Festejos Quando a rainha faz anos, os festejos são, claramente, à altura do acontecimento.
No dia anterior ao aniversário, a monarca foi recebida por uma multidão de britânicos com flores e balões.
Ontem, a rainha celebrou de forma privada com a família e jantou com todos os membros da família real.
Hoje, a rainha terá igualmente um dia atarefado. Isabel ii vai dar um almoço privado no Castelo de Windsor onde estará presente o presidente americano, Barack Obama, e a mulher, Michelle.
Contudo, as verdadeiras festividades só têm início, como é habitual, em junho, com um desfile militar em Londres e um piquenique para milhares de pessoas no Mall, a avenida em frente ao Palácio de Buckingham.
Em setembro do ano passado, Isabel ii bateu um recorde, tornando-se a monarca mais longeva da história de Inglaterra, na altura com 63 anos de reinado. E, pela aparência, continuará a governar o Reino Unido por mais alguns anos.