Julhas Mannan, editor da primeira revista LGBT do Bangladesh, a Roopbaan, e um ativista dos direitos homossexuais foi esfaqueado até à morte em casa por um grupo de pessoas que ainda nao foram identificadas.
O homicídio aconteceu em Dacca, a capital do país. Os suspeitos atacaram não só Mannan como também Tanay Mojumdar, um amigo que se encontrava com o editor da revista e que acabou também por morrer.
“Agressores desconhecidos entraram num apartamento e com golpes de faca mataram duas pessoas. Uma outra ficou ferida”, avançou o porta-voz da polícia de Dacca, Maruf Hussein Sorder.
Segundo vários testemunhos que têm chegado à imprensa internacional, os suspeitos disfarçaram-se de carteiros e só dessa forma conseguiram entrar no edifício. Em seguida, atacaram polícias e saíram do edifício enquanto gritavam “Allah Hu Akbor” (Deus é grande).
A polícia acreditava que o ataque tivesse sido cometido por militantes religiosos radicais, ligados ao Estado Islâmico e admite até que possa estar relacionado com o ataque reivindicado por esse grupo terrorista, que no passado sábado tirou a vida a um professor, também no Bangladesh. A suspeita veio a confirmar-se mais tarde com o grupo terrorista Estado Islâmico a reivindicar a autoria do ataque.
Antes de se tornar editor da revista Roopbaan, Mannan trabalhou na embaixada dos Estados Unidos, o que provocou uma reação do embaixador americano em Dacca, Mercia Bernicat. “Estou devastado pelo assassinato brutal de Julhaz Mannan e de outro jovem no Bangladesh”, disse em comunicado. “Ele era um amigo querido. As nossas orações estão com Julhaz, a outra vítima e os feridos neste ataque. Abominamos estes atos de violência sem sentido e instamos o governo do Bangladesh nos termos mais fortes para prender os criminosos que estão por trás destes assassinatos”, disse ainda.