O pedido de demissão aconteceu depois de o ministro da Defesa Nacional lhe ter pedido um esclarecimento a propósito de afirmações feitas pelo subdiretor do Colégio Militar sobre discriminação dos alunos homossexuais. O responsável do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, afirmou, em declarações ao jornal online Observador, que “nas situações de afetos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos”.
O ministro Azeredo Lopes revelou que “está decorrer uma inspeção ao Colégio Militar que incluirá um cuidado específico” sobre as questões da proteção dos alunos que sejam alvo de discriminação. “Registo a informação que me foi transmitida pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, segundo a qual vai haver, ou está a decorrer, um processo de inspeção ao Colégio Militar que incluirá justamente um cuidado específico sobre este tipo de questões”, afirmou o ministro da Defesa.
Declarações infelizes
Azeredo Lopes considerou que as afirmações do subdiretor do Colégio Militar foram “infelizes” e “permitem legitimamente ficar preocupado perante a possibilidade de quem é responsável pela proteção de menores não atuar e pecar por omissão e deixar que as coisas sigam o seu caminho que são os percursos de exclusão como foram verbalizados”.
Questionado pelo PSD sobre se “não teria dirimido a questão de forma mais reservada se pudesse voltar atrás”, o ministro garantiu que teria atuado “essencialmente da mesma forma”, já que “não há reserva possível a ser invocada quando estamos perante declarações públicas divulgadas em vários órgãos de comunicação social”.