Este grupo de personalidades defende que a crise do setor bancário em Portugal (a partir de 2011) e o recente arranque da implementação da União Bancária Europeia "tornam inevitável uma profunda reconfiguração do nosso setor financeiro".
Os subscritores do grupo de reflexão sobre a reconfiguração da banca em Portugal dizem que é necessário ter em conta os interesses nacionais e de assegurar que os pré-requisitos indispensáveis ao desenvolvimento sustentável do país não são comprometidos. Defendem também que é urgente "combater o excesso de dirigismo" das autoridades europeias, que com a anuência/conivência das autoridades nacionais estão, no entender do mesmos, a reconfigurar o setor bancário português sem ter em linha conta as necessidades do tecido empresarial e da sociedade portuguesa, no quadro da sua internacionalização, com vista ao desenvolvimento.
Este grupo de personalidades entende que, a situação despoletada com o Banif levou a que olhassem para o futuro da banca em Portugal com especial atenção, defendendo que não deverá acontecer o mesmo com o Novo Banco ou com o BCP. Fazem, por isso, críticas à atuação do Banco Central Europeu, afirmando que é fundamental garantir a existência da concorrência no que respeita à origem dos capitais e dos interesses que lhe estão associados, não centralizando o foco num único país estrangeiro.
"Considera-se indispensável que no âmbito da definição da estrutura acionista do Novo Banco e do BCP, sejam conhecidos e responsabilizados todos os intervenientes, de forma a assegurar a transparência do processo, a competitividade do sistema e a sua contribuição efetiva para o desenvolvimento da economia em Portugal", salienta o grupo de reflexão.
Neste documento "é colocado um desafio aos portugueses e em particular aos governantes. A reconfiguração da banca exige um combate político determinado, com demarcação clara, por parte dos responsáveis, de uma linha vermelha entre soluções que são aceitáveis e as que não são admissíveis", conclui.