O BCP recebeu do Estado três mil milhões de euros para se recapitalizar, através de títulos de dívida que se convertem em capital (conhecidos como CoCos).
O banco tem ainda de devolver 750 milhões, pelos quais paga juros anualmente, e tinha-se comprometido a fazê-lo até ao final deste ano.
Ontem, na conferência de imprensa de apresentação dos resultados trimestrais, o presidente do banco adiantou que uma primeira tranche será paga a muito curto prazo. “Vamos fazer esse pedido, sairá durante o mês de Maio, na primeira quinzena”, disse Nuno Amado.
Por ter recebido ajudas públicas, o BCP tem restrições acrescidas por imposição da Comissão Europeia. Tem de reduzir as atividades não estratégicas e está impedido de participar no concurso do Novo Banco.
Contudo, Nuno Amado admitiu ontem que quer participar na venda do Novo Banco, se houver autorização da Comissão Europeia. “Se tivermos oportunidade de analisar o processo assim o faremos. Mas não depende de nós. Neste momento, depende das negociações entre o Estado português e a Comissão Europeia, porque temos um impedimento”, explicou.
O BCP registou lucros de 46,7 milhões de euros nos primeiros três meses de 2016, o que compara com os 70,4 milhões de euros um ano antes. A queda de 33,7% foi gerada por um menor contributo da venda de dívida pública.