Um campeão prematuro
Nunca se tinha visto nada assim em França. A época 2015/16 foi um autêntico passeio para o Paris Saint-Germain, que se sagrou tetracampeão a oito jornadas do fim do campeonato – é o sexto título desde a fundação em 1970. Muito por culpa de Zlatan Ibrahimovic, Cavani, Di María, Pastore, Lucas Moura ou David Luiz, algumas das peças fundamentais no xadrez do técnico Laurent Blanc. Conhecidos como os galácticos da capital francesa, dominaram do início ao fim e nunca deram hipóteses à concorrência. À entrada para a segunda volta da Ligue 1, o PSG já somava 19 pontos de vantagem. A duas rondas do fim, o fosso aumentou para 27. Ibrahimovic completa a cereja no topo do bolo ao liderar a lista de melhores marcadores (34 golos).
Velha Senhora mete a quinta
As 10 primeiras jornadas da Série A foram um autêntico pesadelo para a Juventus. Três vitórias, três empates e quatro derrotas. Um registo que ameaçava a hegemonia da Velha Senhora no futebol italiano. Até que Dybala, Pogba, Buffon, Morata e companhia decidiram chutar a crise para canto: 15 triunfos consecutivos devolveram a liderança aos transalpinos, que nunca mais conheceram o sabor da derrota. A Juventus voltou a impor ordem na tabela e sagrou-se pentacampeã a três jogos do fim. O feito não é inédito, uma vez que a Juve já havia conquistado cinco scudettos seguidos entre 1930 e 1935. A única diferença é que nessa altura não se deu ao luxo de dar 10 rondas de avanço à concorrência. O técnico Massimiliano Allegri sorri.
Os contos de fadas existem
É capaz de ser uma das maiores surpresas do futebol moderno. Só para ter uma ideia, no início da época era mais provável para as principais casas de apostas o vocalista do U2 (Bono) ser eleito Papa, ou até mesmo Kim Kardashian tornar-se Presidente dos Estados Unidos, do que o Leicester ser campeão. Mas contra todas as probabilidades e previsões, a equipa do pé frio Claudio Ranieri conquistou o primeiro título na Premier League em 132 anos de história – na última época lutavam pela permanência. Com um dos orçamentos mais baixos da Liga inglesa, os foxes descobriram na mistura entre veteranos (Huth e Wes Morgan) e desconhecidos (Vardy, Marez ou Kanté) a fórmula do sucesso. Pelo caminho ficaram equipas como Arsenal, City, United, Chelsea ou Liverpool. Sim, os contos de fadas também existem no futebol. E, como se viu, podem ter um final feliz.
Apenas dois pontos e a Segunda Circular separam os dois rivais
É o sprint final, já com a meta à vista. O Benfica leva dois metros de avanço, mas o Sporting teima em não mandar a toalha ao chão. O ritmo tem sido alto e as pernas já começam a fraquejar. A duas voltas do fim, as contas são fáceis de fazer: uma derrota dos leões com o Setúbal, em Alvalade, entrega praticamente o título numa bandeja aos encarnados, que se fracassarem na deslocação à Madeira, onde vão medir forças com o Marítimo, dão gás às aspirações leoninas. Numa luta reduzida aos dois rivais da Segunda Circular, a história pode fazer pender a balança. Na última década, o Benfica não tem sentido grandes dificuldades frente a equipas madeirenses, salvo algumas exceções. Já o Sporting também não tem tido problemas com o Vitória de Setúbal, mas costuma sofrer na visita à Pedreira. A tradição ainda é o que era? Certo é que o relógio entrou em contagem decrescente. Tic, tac, tic, tac…
Três galos em luta por um só poleiro
O mundo dá muitas voltas, é verdade, mas provavelmente não tantas quanto uma bola de futebol, dirão os adeptos do Barcelona. À passagem pela 30.ª jornada da Liga espanhola, os catalães comandavam a tabela com 76 pontos, mais nove do que o Atlético e com dez de vantagem sobre o Real. Sete jornadas depois, e com apenas dois jogos por disputar, os rivais de Madrid estão mais próximos do que nunca: os colchoneros partilham a liderança com a equipa de Luis Enrique e os merengues reduziram para um ponto a desvantagem para o topo da tabela. A concorrência é feroz, mas será suficiente para assustar Messi, Neymar e Suárez na luta pelo bicampeonato? Um mínimo deslize pode ser fatal numa corrida a três pelo título. La Liga está ao rubro. Que role a bola.
33 jornadas e no fim ganha o Bayern?
Após três anos em Munique, Pep Guardiola amealhou dois campeonatos (o atual ainda não está garantido), uma Taça da Alemanha (no mínimo, já que ainda falta jogar a deste ano), uma Supertaça Europeia, um Mundial de Clubes e três meias-finais da Liga dos Campeões. A mais recente perdida esta semana aos pés do Atlético de Madrid. Soube a pouco. O patamar de exigência está mais elevado do que nunca. E de malas feitas para Manchester, Guardiola sabe que apenas a conquista da Bundesliga atenua o trauma europeu. A tarefa não parece de todo impossível quando se tem no plantel jogadores como Lewandowski, Muller, Ribéry, Vidal ou Douglas Costa. Ainda para mais quando um ponto é suficiente para fazer a festa. De nada parece valer a ameaça do Dortmund. Um empate já hoje frente ao Ingolstadt chega para o Bayern conquistar um inédito tetracampeonato alemão. Guardiola tem a faca e o queijo na mão. E a ‘fome’ é maior do que nunca.