O presidente da Associação dos Hotéis e Empreendedorismos Turísticos do Algarve (AHETA) antecipa uma situação complicada para quem escolher o Algarve no verão. “Tudo está a ser feito de uma forma que não deixa ninguém saber nada. Se já há dificuldades porque a circulação está a ser feita de forma alternada, a partir de agora só vai piorar porque a procura aumenta sempre nos meses que aí vêm”, diz Elidérico Viegas ao SOL, frisando que as expectativas para este ano são de um aumento do número de turistas.
Requalificação atrasou
A requalificação da EN 125 foi adjudicada em 2009 ao consórcio Rotas do Algarve Litoral. A ideia era fazer um conjunto alargado de intervenções para acabar com o estacionamento nas bermas da estrada e facilitar o escoamento do trânsito, num projeto que implicava a criação de cerca de 60 rotundas e a construção de variantes em Lagos e Faro. Mas o projeto foi sendo adiado ao longo dos anos e só arrancou definitivamente em 2015, numa versão mais curta e muito mais barata. Entretanto, a circulação automóvel na EN125 aumentou muito com a introdução de portagens na Via do Ifante, em dezembro de 2011.
Com as obras, muitos troços da EN125 estão com o tráfego condicionado e, embora um polémico corte no tráfego entre Maritenda e Fontainha tenha sido adiado esta semana, subsistem outras restrições. “As obras têm de ser feitas e até é pena que uma parte da EN125 não esteja a ser considerada. Mas há problemas que têm de ser tidos em conta”, considera Elidérico Iegas, que propõe uma suspensão das obras até outubro.
Face ao “caos instalado” e aos prejuízos que as obras têm causando à população e à atividade económica, o presidente da AHETA entende que as obras de requalificação da EN125 “configuram incompetência, falta de zelo e, em última análise, gestão danosa, exigindo a situação atual um rigoroso apuramento de responsabilidades”.
A Infraestruturas de Portugal (IP), a empresa pública que gere as concessões rodoviárias, responde à contestação lembrando que se trata de um obra de importância fulcral para o Algarve. Em respostas ao SOL, fonte oficial da empresa explica que, no plano de trabalhos definido pela subconcessionária e aprovado pela IP, entre 15 de julho e final de agosto “não estão previstos constrangimentos que interfiram diretamente com a circulação na plataforma rodoviária da EN125”.
O grupo lembra ainda que este plano é do conhecimento das diversas entidades da região e, apesar dos transtornos, a importância da obra impõe a sua conclusão: “Interessa concluir o mais rapidamente possível as diversas intervenções de beneficiação e requalificação da EN125, pois apesar dos naturais transtornos que sempre decorrem da execução dos trabalhos, estes serão largamente compensados pela disponibilização de melhores acessos e de uma estrada mais segura para automobilistas e peões”.
Mas a contestação não pára de aumentar e ouvem-se cada vez mais vozes a solicitar a suspensão das portagens na Via do Infante. É o caso da Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve: “Vamos chegar à época alta e a EN125 ainda não foi requalificada. Em muitos pontos do Algarve, as obras estão pura e simplesmente paradas ou então estão a decorrer a um ritmo muito lento”, justifica Álvaro Viegas, presidente da associação.
Com as obras, diz, as empresas, os profissionais e residentes que utilizam a estrada “têm de ser desviados obrigatoriamente para a Via do Infante – e isso traz custos enormes”. Álvaro Viegas espera que o Governo cumpra pelo menos a promessa de reduzir em 50% a portagem na Via do Infante. “Seria uma boa medida para a economia regional mas também porque os políticos devem cumprir o que prometem – e esta foi uma promessa eleitoral”.
Também Sérgio Martins, diretor de marketing da Rotatur – Operadores Turísticos, teme pelo problemas de tráfego no Verão, e não apenas devido às obras da EN125. “Vamos ter dois problemas. Um são as obras na EN125 e o outro é o Aeroporto de Faro, que está em obras. Temos que ser tolerantes, as intervenções têm que ser feitas se o queremos melhor no futuro. Infelizmente, coincide com um ano que se espera muito bom”, frisa, defendendo também a proposta de suspender as portagens na Via do Infante durante a época alta: “O prejuízo não seria grande, facilitaria a obras na EN125 e a produtividade de quem trabal