A queda do avião foi confirmada, esta tarde, pelo presidente francês. “Temos o direito de saber tudo o que se passou. Nenhuma hipótese foi descartada”, disse François Hollande.
As autoridades egípcias já tinham adiantado, esta manhã, que o aparelho se tinha despenhado ao largo da ilha grega de Karpathos.
O jornal “El País”, que cita fontes egípcias, avança que as autoridades do Egito afirmam que “o mais provável” é que o avião tenha sido “alvo de um atentado”.
O ministro egípcio da Aviação afirmou, esta tarde, que a causa mais provável para a queda do avião é um ataque terrorista. “Se analisarmos bem a situação, a possibilidade de ter sido um ataque terrorista é maior do que ter sido um problema técnico”, disse Sherif Fathy.
Também o antigo diretor francês do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação não descarta a hipótese de terrorismo. “Nós podemos falar em algumas hipóteses. Há uma forte possibilidade de uma explosão a bordo provocada por uma bomba suicida. A ideia de um acidente técnico quando as condições meteorológicas eram boas parece possível mas não tão provável”, disse , Jean-Paul Troadec à rádio Europe 1.
O site Al Arabiya avançou esta tarde que foram encontrados dois objetos aparentemente de plástico: um vermelho e um branco. Foram encontrados a flutuar a 230 milhas náuticas a oeste da ilha mediterrânea de Creta. o responsável da autoridade de segurança aérea grega, Athanassios Binos, afirma que não são do avião, avança a BBC. O site inglês destaca a existência de alguma confusão quanto à origem dos objetos encontrados.
Entretanto, o presidente do Egito Abdul Fattah al-Sisi deu ordens para que fossem tomadas todas as medidas necessárias para encontrar os destroços do Airbus320 da EgyptAir.
Cidadão português entre os passageiros
Infografia de Óscar Rocha
A bordo do MS804 estavam 56 passageiros – entre eles, uma criança e dois bebés -, sete membros da tripulação e três seguranças.
O Governo português confirmou que um cidadão português estava no avião. José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades, adiantou que se trata de um homem de 62 anos com "sede de trabalho em Joanesburgo, na África do Sul". O semanário “Expresso” revelou o nome do português: João Silva. Casado e com quatro filhos, era engenheiro civil e trabalhava para a empresa Monta-Engil África.
Entre os passageiros, para além do português, estavam 30 egípcios, 15 franceses, dois iraquianos, um britânico, um belga, um kuwaitiano, um saudita, um sudanês, um chadiano, um argelino e um canadiano.
O avião, um Airbus 320, enviou uma mensagem de emergência antes de desaparecer dos radares, que foi recebida por volta das 4h26 (3h26 em Lisboa).
Egipto, Grécia e EUA em busco do avião
Os meios de resgate já estão no local. As autoridades gregas juntaram-se às Forças Armadas egípcias para ajudar nas buscas.
Os Estados Unidos também já enviaram um avião para o Mar Mediterrâneo a fim de ajudar nas buscas. O país é também da opinião que a queda do aparelho se tratou de um atentado terrorista.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, também se mostrou disposto a ajudar. “Se houver um pedido de assistência da NATO, então certamente estaremos dispostos a ajudar”, disse Stoltenberg.
Video of the sea search operations taking place near #MS804 latest reported position #EgyptAir #SAR https://t.co/H9iKdGqQ9x
— MarineTraffic (@MarineTraffic) May 19, 2016
Numa conferência de imprensa, Panos Kammenos, ministro grego da Defesa, deu mais detalhes sobre o acidente. “O avião fez uma volta de 90 graus para a esquerda e uma volta de 360 graus para a direita, caindo dos 37 mil para os 15 mil pés e perdeu o sinal por volta dos 10 mil pés”, disse Kammenos.
Segundo o ministro, estes dados foram registados às 00h37 (mais uma hora em Lisboa).
O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, também já reagiu ao desaparecimento do avião. Para Valls, “não se pode descartar nenhuma hipótese” sobre as causas que levaram ao desaparecimento do avião, prometendo que o seu país vai cooperar “estreitamente para estabelecer o quanto antes as circunstâncias do desaparecimento”.
Uma fonte da aviação disse à Reuters que nenhuma hipótese pode ser excluída. “Não podemos excluir nada neste momento ou confirmar alguma coisa”, não afastando a hipótese de terrorismo.
Uma fonte do Ministério egípcio da Defesa avançou que as autoridades estão também a investigar o testemunho de um capitão de um navio que garante ter visto “uma chama no céu” a cerca de 130 milhas náuticas do sul da ilha de Karpathos.
Apesar do acidente, o tráfego aéreo continua a funcionar normalmente. Segundo o correspondente da BBC em Paris, partiu há pouco um avião de Paris que fará o mesmo percurso do que se despenhou esta manhã. A bordo vão alguns familiares das vítimas.
A EgyptAir confirmou durante a tarde de hoje as suspeitas e avançou através da sua página de Facebook que foram encontradas partes do avião perto da ilha de Kapathos.
Notícia atualizada às 21h17