2. Brexit. No dia 23 de junho o Reino Unido (RU) vai decidir se fica ou abandona a UE. Um voto pela saída trará grandes custos económicos, políticos e geoestratégicos tanto para o RU como para a UE, quanto mais não seja pela enorme incerteza que gerará. Para os britânicos a questão gira em torno da soberania: eles são orgulhosos, como talvez mais ninguém, de uma longa história de soberania e auto-governo. Os apoiantes da brexit jogam com essa tradição. Um artigo recente de Robin Niblett da Chatham House – Britan, the EU and the Sovereignty Myth – mostra como essa longa e orgulhosa história não está na realidade em causa. Por exemplo, ignorando a imigração da UE, o Governo controla a maioria das decisões relativamente aos assuntos que na realidade interessam aos cidadãos: saúde, educação, pensões, estado social, taxas de juro ou fronteiras; mais, 98% da despesa pública é controlada pelo Governo nacional. Mais profundamente, quando abicou de alguma soberania, o RU fê-lo em decisões soberanas, para alcançar objetivos nacionais que de outro modo não conseguiria como por exemplo, o mercado único, o combate às alterações climáticas ou a segurança na Europa.
Estados de Alma
1. Contratos de Associação. Tenho seguido o debate à distância. Ele apresenta-se como uma versão mitigada de um parecido que há muito decorre em Inglaterra, e que atingiu o seu clímax quando, há umas pouca semanas, Nicky Morgan – secretária de Estado para a Educação do Governo de sua Majestade – declarou que as charter…