Fiat Chrysler também é suspeita de falsificar testes de emissão de poluentes

Autoridades reguladoras alemãs suspeitam que o grupo ítalo-americano usou um dispositivo ilegal para adulterar resultados.

Os casos de falsificação dos testes de emissão de poluentes por parte dos construtores automóveis não páram de aumentar.

Depoir da Volkswagen, Audi, BMW, SEAT, Ford, Skoda, Mercedes e Mitsubishi, ontem foi a vez da Fiat Chrysler ser “apanhada” neste escândalo. 

Autoridades reguladoras alemãs suspeitam que o grupo fabricante de automóveis ítalo-americano usou um dispositivo ilegal nos seus veículos para falsificar os resultados dos testes de emissão de gases poluentes.

De acordo com a edição de domingo do semanário alemão “Bild am Sonntag”, a Agência Federal Alemã do Automóvel (KBA) enviou um relatório comunicando as suspeitas à Comissão Europeia e às autoridades italianas, segundo a publicação alemã, difundida pela AFP.

Estas revelações ocorrem após o governo alemão ter denunciado, na quinta-feira, a “atitude não cooperativa” da Fiat, que se negou a responder a qualquer autoridade fora da Itália, apesar das irregularidades recentemente descobertas na Alemanha sobre as emissões de gases poluentes dos seus modelos de veículos a diesel.

Segundo o jornal alemão, os testes realizados num modelo Fiat pela autoridade KBA mostraram que o sistema de controle de emissões poluentes se desactivava ao fim de 22 minutos – dois minutos depois do final dos testes padrão. Com isso, o óxido de nitrogénio, altamente poluente, era lançado na atmosfera “a um nível mais de dez vezes acima do permitido”, afirma o relatório consultado pela publicação alemã.

Este escândalo começou o ano passado com a Volkswagen ser  acusada de alterar o chip do sistema de emissão de gases poluentes. Ao serem confrontados com as vendas muito abaixo do previsto, engenheiros da empresa terão decidido enganar os reguladores e os clientes com motores fraudulentos. 

Foram instalados softwares para manipular dados de emissões poluentes em alguns motores a partir de 2008. A empresa arrisca-se agora a ter de pagar milhões de euros em multase indemnizações.

Polémica alastra-se A polémica, que começou nos EUA, alastrou-se a todo o mundo, acabando por envolver outros gigantes do setor automóvel. No final de setembro do ano passado também a Mercedes, a BMW e a Peugeot foram acusadas de distorcer dados.

No final de janeiro, a Comissão Europeia avançou com uma proposta que pretende apertar as normas ambientais e de segurança no setor automóvel. Em causa estão multas que podem ir até aos 30 mil euros, por veículo, para as marcas que não cumpram os parâmetros legais e para os serviços que não detetem adulterações.

A ideia é haver uma inspeção de veículos que já foram certificados e estão no mercado. Ficando assim nas mãos das autoridades, e de Bruxelas, a decisão de o fazer ou até de exigir a saída de determinado veículo que esteja no mercado. 

As novas regras representam ainda um entrave aos pagamentos feitos pelas produtoras de automóveis às entidades que realizam os testes de emissões.

Há cerca de um mês foi a vez do fabricante japonês Mitsubishi ter admitido que manipulou os testos de pelo menos 625 mi veículos, alguns dos quais construídos também pela empresa Nissan. A Mitsubishi Motors Portugal garantiu na altura que, no mercado português, “nenhum dos modelos” comercializados “está afetado”.