O favoritismo quase total da virtuosa equipa setubalense – com craques como Jacinto João (JJ), José Maria, Matine, Conceição, Tomé ou o capitão Jaime Graça (que se transferiu nessa altura para o Benfica de Eusébio e faria parte, um mês depois, da célebre Seleção dos Magriços no Mundial 66) – poderá tê-la levado a encarar a final da Taça com excesso de confiança. E o empate a zero arrastar-se-ia até ao minuto 77, quando o avançado argentino Perrichon (ainda hoje um herói em Braga) apontou o único golo do desafio.
Contra todas as previsões, o capitão do Sp. Braga, Canário, recebia a Taça de Portugal das mãos do Presidente Américo Tomás. Nas bancadas, o hoje Presidente Marcelo vibrava com o triunfo. Com raízes familiares no Minho, o seu pai Baltazar Rebelo de Sousa era membro do Governo e deputado por Braga quando a direção do clube resolveu homenageá-lo, fazendo o seu filho Marcelo, então com 8 anos, sócio-honorário. Tornou-se, a seguir, um braguista convicto e militante.
Desde essa final de 1966, Marcelo já viu o Sp. Braga- ou o seu ‘Braguinha’, como gosta de dizer – perder outras quatro finais da Taça de Portugal (em 1977, 1982, 1998 e 2015). Agora, pode ter a maior das compensações: ser ele próprio, enquanto Presidente da República, 50 exatos anos e dias depois, a entregar a Taça ao capitão do seu Sp. Braga.