Paulo Pereira Cristóvão volta a tribunal

Paulo Pereira Cristóvão, ex-inspetor da Polícia Judiciária e ex-dirigente do Sporting, começa amanhã a ser julgado por associação criminosa depois de ter sido condenado a semana passada a quatro anos e meio com pena suspensa no chamado caso Cardinal.

Em julho do ano passado, o Ministério Público deduziu acusação contra 18 arguidos, entre Paulo Pereira Cristóvão e três agentes da PSP, pela prática de associação criminosa e outros crimes.

De acordo com uma nota divulgada então na página da Procuradoria-Geral da República, o Ministério Público deduziu acusação contra 18 pessoas pela prática dos crimes de associação criminosa, roubo qualificado, sequestro, posse e detenção de arma proibida, abuso de poder, violação de domicílio por funcionário e falsificação de documento.

Na acusação, era referido que os arguidos “atuaram de forma organizada e continuada no tempo, planearam e executaram assaltos na zona de Lisboa e margem sul”.

“As vítimas escolhidas eram, nomeadamente, comerciantes e pessoas em relação às quais recolhiam informação que indiciava que pudessem ter na sua posse grandes quantidades de dinheiro ou bens de grande valor”.

Na nota da PGR era referido que sob a liderança do ex-inspetor da PJ, dois outros arguidos e os três agentes da PSP, em efetividade de funções, recolhiam informações e decidiam quais as pessoas e locais a assaltar pelo grupo.

“Depois, eram transmitidas aos restantes elementos, que compunham a vertente operacional do grupo, as informações necessárias para que pudesse ser reunida a logística necessária à execução dos assaltos indicados”.

De acordo com a nota da PGR, durante os assaltos, “os arguidos simulavam ser agentes policiais que realizavam buscas domiciliárias, apresentando documentos identificados como mandados de buscas, que tinham sido previamente elaborados/falsificados por um dos agentes da PSP”.

Dos dezoito arguidos acusados, 10 encontram-se sujeitos a medidas de coação de natureza detentiva, dois na situação de prisão preventiva e os outros oito sujeitos à medida de obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica, como é atualmente o caso de Pereira Cristóvão.

O antigo inspetor da PJ foi detido, em março passado, por suspeitas de associação criminosa, sequestro e roubo, de acordo com fontes policiais. A detenção ocorreu no âmbito de uma investigação que, em julho de 2014, já tinha levado à detenção de 12 pessoas, incluindo três polícias, por sequestro, roubo e usurpação de funções.

De Évora para casa O grupo foi desmantelado por elementos da Unidade Nacional Contra o Terrorismo (UNCT) da PJ, por indícios de associação criminosa, sequestro, roubo qualificado, usurpação de funções, abuso de poderes e posse de armas proibidas.

Paulo Pereira Cristóvão esteve detido no Estabelecimento Prisional de Évora. Em Junho do ano passado, foi colocado em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica. Do grupo faz também parte o ex-líder o líder da Juve Leo, Mustafá, que alegadamente “trabalhava” com o antigo PJ. Foram também presos três polícias, por sequestro, roubo e usurpação.