Segundo noticiou ontem o “Expresso”, Paulo Portas vai ser “conselheiro estratégico para a internacionalização da Mota-Engil” e não considera que o seu novo emprego seja incompatível com o facto de, até há sete meses, se ter dedicado à “internacionalização” do país no seu cargo de vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros. A empresa acompanhou o ex-ministro em muitas visitas empresariais, mas Portas diz ao “Expresso”: “Não iam, como não ia nenhuma, a convite meu. Vi lá fora aquilo que eles são capazes de fazer e de ganhar. Lutei por eles lá fora, como lutei por ‘n’ outras empresas”
Segundo a lei das incompatibilidades, os ex-governantes têm de esperar três anos para ocupar “cargos em empresas privadas que prossigam atividades no setor por eles diretamente tutelado, desde que, no período do respetivo mandato, tenham sido objeto de operações de privatização ou tenham beneficiado de incentivos financeiros ou de sistemas de incentivos e benefícios fiscais de natureza contratual”.
Portas despediu-se na semana passada do parlamento, para onde foi eleito nos últimos 21 anos. Vai ter um programa de comentário semanal na TVI. O ex-líder do CDS, que até agora era o presidente de partido há mais tempo em funções em Portugal, já tinha aceite o cargo não remunerado de vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria.