BCP valoriza mais de 15%, melhor sessão em dois anos

Vendas a descoberto continuam proibidas até hoje. Os títulos perderam um terço do valor numa semana

As ações do BCP finalmente suspiraram de alívio, ao fecharem a sessão de ontem a valorizarem mais de 15%, depois de oito sessões de forte pressão. Esta é a maior subida desde 1 de julho de 2014, ou seja, há quase dois anos, altura em que os títulos do banco dispararam 26%. Mas apesar da forte valorização, as ações continuam a valer pouco mais de dois cêntimos. No espaço de uma semana, os títulos perderam um terço do seu valor.

A valorização desta terça-feira foi acompanhada de uma liquidez acima do normal, de acordo com os analistas. Foram transacionados 27,3 milhões de euros em ações do BCP, cerca do dobro da média diária das sessões de 2016.

Esta recuperação no mercado bolsista ocorreu numa sessão em que as vendas a descoberto – estratégia que visa lucrar com a descida dos títulos – estiveram proibidas pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A decisão irá manter–se durante a sessão de hoje, depois de a entidade reguladora ter admitido que “a flutuação do preço das ações em causa não pode excluir a ocorrência de um fenómeno de especulação com impacto negativo”.

Aumento de capital afastado Também o anúncio do presidente da instituição financeira, Nuno Amado, de não ter intenção de avançar com qualquer aumento de capital relacionado com o Novo Banco veio tranquilizar o mercado. “Sempre disse que iria analisar a venda do Novo Banco, mas apenas porque, pela sua dimensão relativa no sistema, não cabia outra alternativa senão perceber quais as vias possíveis”, revelou, em entrevista à “Reuters”.

Para os acionistas do banco deixou uma mensagem: “Podem estar tranquilos pois o BCP não está a considerar uma operação ou quaisquer operações que impliquem aumentos de capital.”

De acordo com o banqueiro, o banco vai manter uma estratégia focada e disciplinada e, como tal, “não há nenhuma intenção de pedir capital aos acionistas, nem para fazer uma fusão por fusão, que até acho que não é um caminho viável, para ser sincero”, sublinhou.